De acordo com os levantamentos feitos pela equipe de gestão estratégica do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) o Valor Bruto da Produção (VPB) das principais lavouras para 2013 deve atingir recorde de até R$ 297,93 bilhões, o que representa 27,4% superior ao estimado para este ano. As projeções levam em conta os números dos últimos levantamentos de safra divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em relação a área plantada, deve haver uma variação desde a manutenção a um crescimento 2,6%, ou seja, poderão ser acrescidos 1,34 milhão de hectares a área de 50,89 milhões cultivada na safra anterior.

A perspectiva para o milho é de aumento entre 8% e 19%, com a previsão de receita entre R$ 36,2 bilhões (IBGE) e R$ 39,8 bilhões (Conab). A produtividade média do milho primeira safra está estimada em 4.904 kg/ha, cerca de 9,5% maior que a safra anterior. Este acréscimo está relacionado à expectativa de recuperação da produtividade normal nos estados do Sul e do Nordeste, seriamente castigada pelas adversidades climáticas na última temporada. A produção brasileira de milho primeira safra, considerando a área cultivada e a produtividade obtida, deverá alcançar entre 34,1 e 35,4 milhões de toneladas, com variação positiva entre 0,6 a 4,5% em relação à safra passada, quando foram colhidas 33,8 milhões de toneladas.

Já para o milho segunda safra, em função do calendário de plantio e da metodologia aplicada, foram repetidas as áreas da safra anterior, e aplicado o rendimento médio dos últimos três anos, descartando os anos atípicos e agregando-se o ganho tecnológico. Considerando as duas safras, estima-se que a área total de milho deverá situar-se entre 14,59 e 14,80 milhões de hectares, estimando-se uma redução de 3,8 a 2,5%, quando comparado com a safra passada. A produção nacional de milho, considerando a primeira e segunda safras, deverá atingir entre 71,5 e 72,8 milhões de toneladas, praticamente igualando-se à produção da última safra.

O coordenador de planejamento estratégico do Ministério da Agricultura, José Garcia Gasques, explica que trabalhou com os dois cenários por causa da diferença entre as duas previsões oficiais neste início de safra. Segundo Gasques, a previsão da Conab tem 6 milhões de toneladas a mais de milho e 1,8 milhão de toneladas de soja, em relação aos dados estimados pelo IBGE. Ele observa que o desencontro atual se deve às metodologias utilizadas e que os dados irão convergir nos próximos levantamentos.

O Ministério da Agricultura, levando em conta os últimos levantamentos, elevou sua estimativa do VBP das principais lavouras neste ano para R$ 233,8 bilhões, valor 3% acima do registrado no ano passado, já descontada a inflação. A maior expansão do valor da produção ocorre na região Centro-Oeste, com crescimento previsto de 30% para R$ 68,5 bilhões. Para o Nordeste a previsão é de aumento de 14,4% para R$ 25,957. O VBP da região Sudeste deve recuar 6,8%, para R$ 66,3 bilhões, e no Sul a previsão é de queda de 4,1%, para R$ 54,1 bilhões.