Milho e Sorgo

Milho do leste da Europa sofre pouco impacto da seca

As safras de milho do leste europeu sobreviveram a um seco verão no hemisfério norte com a produção sendo pouco alterada em relação ao ano anterior, mas os exportadores não devem se beneficiar, enquanto compradores domésticos buscam alternativas para o trigo e a cevada, safras destruídas pelo calor


Publicado em: 06/09/2012 às 14:10hs

Milho do leste da Europa sofre pouco impacto da seca

Produtores de milho na região do Mar Negro --como Ucrânia, Rússia, Bulgária e Romênia-- devem produzir um total de 37 milhões de toneladas da commodity este ano, contra as 39,7 milhões de toneladas em 2011, disse a consultoria UkrAgroConsult.

Apenas a Hungria estima uma forte queda na produção.

A analista Elizaveta Malyshko, da UkrAgroConsult, projetou um aumento no consumo doméstico de milho nesta temporada, pois o grão poderá substituir o trigo para ração, cujo produção caiu drasticamente este ano, em meio às altas temperaturas.

A consultoria prevê que as exportações de milho da Ucrânia não devem passar de 12,5 milhões de toneladas nesta temporada, contra 15 milhões de toneladas em 2011/12.

Andrei Sizov Jr., diretor gerente da consultoria russa SovEcon, disse esperar que a colheita de milho 2012 da Rússia seja de 6,8 milhões de toneladas, abaixo das 7 milhões do ano passado. Em 2010, a Rússia colheu 3,1 milhões de toneladas de milho.

A Rússia poderá exportar entre 1,5 milhão e 1,8 milhão de toneladas de milho durante a temporada 2012/13, que começa em outubro, ante o volume esperado para ser exportado em 2011/12, de 1,9 milhão de toneladas.

O clima quente e seco em alguns países da União Europeia afetou severamente as perspectivas para a colheita de milho deste ano na União Europeia, pressionando ainda mais o mercado global, já influenciado por conta da forte seca que prejudicou as safras nos Estados Unidos.

Os mercados de grãos foram chacoalhados nos últimos meses pela pior onda de seca em mais de 50 anos nos Estados Unidos, que destruiu as safras no maior produtor mundial de milho e levou os preços a máximas históricas.

"Não vemos um sério declínio na produção de milho da região como vemos para as colheitas de trigo e cevada. Uma maior área de semeadura compensa a queda na produtividade do milho causada pela seca", disse Olena Loshkareva, da UkrAgroConsult.

A Ucrânia é um grande exportador de milho em um mercado liderado pelos EUA, o qual o Conselho Internacional de Grãos espera que exporte 33 milhões de toneladas de milho na temporada 2012/13, ante as 42,7 milhões de toneladas na temporada passada.

O milho do Mar Negro também concorre com a Argentina, país que deve exportar 16 milhões de toneladas em 2012/13 segundo o IGC, contra 15,4 milhões em 2011/12, e o Brasil, que deverá embarcar 15 milhões em 2012/13, ante 8,5 milhões de toneladas na temporada anterior.

Loshkareva disse que os países do Mar Negro deverão exportar 16,9 milhões de toneladas de milho neste ciclo, comparado com as 20,9 milhões em 2011/12.

Fonte: Reuters

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