Milho e Sorgo

Mercado de Milho: Estagnação e Tendências de Queda nas Cotações

Foco na soja prejudica movimentação e pressiona preços para baixo em diversas regiões


Publicado em: 23/04/2025 às 11:00hs

Mercado de Milho: Estagnação e Tendências de Queda nas Cotações

Mercado de milho no Rio Grande do Sul

No mercado gaúcho, as indústrias enfrentam dificuldades para obter ofertas dentro da faixa de preços estabelecida, conforme dados divulgados pela TF Agroeconômica. As cotações do milho variam entre R$ 75,00 e R$ 80,00 por saca para entregas previstas para os meses de abril e maio. As médias regionais de preços são as seguintes: R$ 75,00 em Santa Rosa, Ijuí e Seberi; R$ 76,00 em Não-Me-Toque; R$ 77,00 em Marau, Gaurama e Montenegro; e R$ 78,00 a R$ 78,50 em Arroio do Meio e Lajeado. No entanto, os vendedores ainda mantêm os preços dentro dessa faixa, enquanto os valores para entrega em Panambi permanecem estáveis em R$ 67,00 por saca.

Santa Catarina e Paraná: Preços Estagnados e Foco na Soja

Em Santa Catarina, o mercado também segue estagnado, com poucas variações nos preços. No Planalto Norte, vendedores solicitam R$ 82,00 por saca, enquanto os compradores oferecem até R$ 79,00, dificultando a concretização de negócios. Em Campos Novos, a negociação é ainda mais difícil, com os vendedores pedindo valores entre R$ 83,00 e R$ 85,00, enquanto as ofertas ficam na faixa de R$ 79,00 a R$ 80,00 com entrega CIF. Em outras regiões, como a Serra e os Planaltos, a colheita está avançando com produtividades superiores às expectativas.

No Paraná, o foco dos produtores na soja tem refletido na baixa movimentação do mercado de milho, com preços em leve recuo em relação à semana anterior. Nos Campos Gerais, o preço de referência para retirada imediata em março, com pagamento até o final do mês, é de aproximadamente R$ 76,00 por saca FOB. Para entregas em abril, com pagamento no início de maio, os preços chegam a R$ 80,00 por saca CIF fábrica, faixa também adotada para negociações com retirada imediata.

Mato Grosso do Sul: Preços em Queda

O mercado de milho no Mato Grosso do Sul apresenta queda nos preços, com cotações variando entre R$ 69,00 e R$ 74,00 no mercado spot e entre R$ 122,00 e R$ 125,00 para a segunda safra. A pressão sobre os preços é influenciada pela proximidade da colheita. Nos portos, as cotações permanecem estáveis, com valores firmes em R$ 138,00, embora se espere uma reação do mercado com a chegada da nova safra a partir da segunda quinzena de abril.

Queda no Mercado Futuro de Milho

O mercado futuro de milho iniciou a quarta-feira, 23 de abril, com recuos nas principais cotações da Bolsa Brasileira (B3). Por volta das 10h00 (horário de Brasília), os preços flutuavam entre R$ 69,40 e R$ 76,88. O vencimento para maio/25 era negociado a R$ 76,88, com uma desvalorização de 0,77%, enquanto o contrato de julho/25 estava cotado a R$ 69,40, com queda de 0,74%. Os contratos de setembro/25 e novembro/25 apresentavam desvalorizações de 0,13% e 0,30%, respectivamente.

Mercado Internacional: Influência do Dólar

No mercado internacional, os preços futuros do milho também operavam no campo negativo, com recuos nas cotações da Bolsa de Chicago (CBOT). O vencimento para maio/25 foi cotado a US$ 4,73, com uma queda de 2,75 pontos, e o contrato para julho/25 registrou uma perda de 3,25 pontos, sendo negociado a US$ 4,80. A valorização do dólar, que subiu 0,3% durante a noite, contribui para a pressão baixista sobre os preços. Segundo Tony Dreibus, analista do site Successful Farming, a alta do dólar torna os produtos agrícolas mais caros para compradores estrangeiros, o que impacta diretamente a demanda.

Perspectivas e Impactos da Colheita e Clima

Os contratos futuros de milho na B3 apresentaram um desempenho misto na terça-feira, 22 de abril, com predominância de quedas. O avanço da safra de milho nos Estados Unidos e no Brasil, aliado à pressão da valorização do dólar, contribuiu para a baixa nos preços. A análise do Cepea indica um mercado interno retraído, com compradores oferecendo preços mais baixos, enquanto vendedores demonstram flexibilidade nas negociações.

O cenário climático também continua a ser um fator relevante para o mercado. Regiões como o Paraná e o Mato Grosso do Sul enfrentaram estiagem em março, mas a previsão de retorno das chuvas pode trazer alívio, contribuindo para o bom desempenho da produção e impactando as cotações tanto no mercado interno quanto internacional.

Fonte: Portal do Agronegócio

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