Milho e Sorgo

Mato Grosso mantém safrão de milho até 2022

Estudo do Imea revela crescimento de 105% na produção


Publicado em: 25/09/2012 às 11:30hs

Mato Grosso mantém safrão de milho até 2022

Em uma década Mato Grosso deve colher até 36% do milho produzido no Brasil em ciclo de segunda safra. O estado é o principal produtor da cultura em 'safrinha' e atualmente sua participação chega a 23% (share previsto para 2012/13). A maior no share será conquistada graças ao aumento em patamares duas vezes superior ao volume retirado do campo. Entre os anos agrícolas 2012/13 e 2021/22 a unidade federada alavancará de 13,9 milhões de toneladas para 28,6 milhões de toneladas sua produção. É o que projeta o AgroMT 2022 Outlook, estudo inédito divulgado na sexta-feira (21) pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).

O levantamento da entidade vinculada ao setor produtivo é o primeiro a traçar os rumos da agropecuária estadual em um período de dez anos. As projeções revelam o crescimento praticamente em todas as cadeias (grãos e carnes) e uma mudança no perfil produtivo. Áreas de pastagem serão utilizadas com fins agrícolas, dando um empurrão à atividade no estado.

O percentual projetado para incremento na produção é o maior verificado dentre as cadeias pesquisadas (soja, milho e algodão). "O milho ganhará destaque com uma produção considerada o dobro da atual. Para os grãos o estado terá maior representatividade frente ao Brasil", afirmou o superintendente do Imea, Otávio Celidônio, durante apresentação do estudo.

De acordo com o levantamento, em dez anos o estado plantará em uma área 68,8% maior frente a que será utilizada em 2012/13. Vai saltar de 2,9 milhões de hectares a outros 4,9 milhões de hectares, evolução de 68,8%. Ganhos também em produtividade são estimados: +21,8%.

Daniel Latorraca, gestor do Imea, lembra que o crescimento na área de milho ocorrerá em todas as regiões pesquisadas pelo Instituto. No Nordeste os ganhos em espaço reservado ao cereal devem chegar a 238% (217 mil para 518 mil hectares); outros 33% no Médio Norte (1,5 milhão para 2 milhões de hectares); 46% no Sudeste (544 mil para 796 mil hectares); Centro-Sul 114% (191 mil para 409 mil hectares); Oeste 58% (363 mil a 571 mil hectares); Noroeste 229% (78 mil para 255 mil hectares) e Norte 749%, saindo de 17 mil para 143 mil hectares.

"O milho será destaque em dois sentidos. O primeiro em área assim como a soja e o segundo em produtividade. Mas ao contrário do cereal, a soja não ganha em produtividade porque adicionaremos muitas áreas novas e estas tendem a diminuir a média do estado", lembra o economista do Imea.

Segundo Latorraca, o crescimento também associado à cultura deve-se ao amadurecimento do produtor rural. "O milho não é mais entendido como uma cultura de resto, mas como parte de uma das duas safras anuais", considerou Daniel Latorraca.

O Médio-Norte continuará como o principal produtor da cultura. Estima-se, segundo o Imea, que em 2021/22 produza até 46% do total a ser colhido entre as sete regiões mapeadas pelo Instituto.

Fonte: Agrodebate

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