Com auditório lotado foi marcada a quarta edição do Forum do Milho, debate que integrou o primeiro dia da Expodireto, em Não-Me-Toque (RS), na segunda-feira (05.03), com coordenação de Odacir Klein, presidente da Câmara Setorial da Cadeira Produtiva de Oleaginosas e Biodiesel. Ele iniciou o debate chamando a atenção para o aumento em 50% da demanda de milho prevista para este ano e a importância da logística no escoamento da safra.

O painel começou com o presidente da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), Francisco Turra, que enfatizou a vocação do Brasil para produção de alimentos que tem origem em 73% só da agricultura, sendo o milho com elevada representatividade no Estado. “O milho é o cereal estratégico, pois alimenta a cadeia animal, sendo que 38 milhões de toneladas/ano são direcionadas para produção de ração animal”, disse.

O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Caio Tibério da Rocha, finalizou o debate afirmando que o problema do milho não está na pesquisa, nem na tecnologia, e muito menos na produtividade. “Precisa-se de planejamento governamental efetivo e políticas específicas para o milho”, ressaltou.

O Forum contou também com Marcelo Lopes, presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), que alertou para a perda anual de 10 milhões de toneladas de milho que ficam nas estradas. A biotecnologia também não ficou de fora e ganhou respaldo com o presidente da Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem), Narciso Barison Neto. Segundo ele, há 316 variedades tradicionais de sementes e 173 transgênicas. “A transgenia tem valor importante porque potencializa a produção”.

A organização do evento preparou um documento oficial reunindo as principais reivindicações obtidas no Forum para serem avaliadas no Mapa e demais setores públicos que elaboram políticas para a cadeia do milho.