Milho e Sorgo

Exportação absorve mais da metade da safrinha brasileira de milho

Dados preliminares da CONAB (muito próximos de serem confirmados ou, mesmo, de serem ultrapassados) indicam que as exportações brasileiras de milho devem mais do que dobrar em 2012 e alcançar 20,5 milhões de toneladas ? o que, se confirmado, representará mais da metade da produção de milho da segunda safra (safrinha) estimada neste ano em 39,1 milhões de toneladas


Publicado em: 11/12/2012 às 16:30hs

Exportação absorve mais da metade da safrinha brasileira de milho

Para 2013 a CONAB prevê, por ora, uma safrinha de 37,4 milhões de toneladas (queda de 4,22%) e vendas externas de 15 milhões de toneladas (queda de 26,8%). Mas como o milho transformou-se em commodity de liquidez imediata, um recuo desse naipe é improvável. Assim, mantido o mesmo volume de 2012, as exportações absorverão cerca de 55% da safrinha. E a tendência é de crescimento contínuo dessa participação.

Até aí nada demais não fosse o fato de toda a evolução da produção brasileira de milho estar baseada quase exclusivamente na produção da segunda safra. Para comprovar, tome-se como base, de um lado, o volume total alcançado em 1994 (33,174 milhões/t) e, de outro lado, o que está sendo previsto para 2013 (71,936 milhões/t). Os dois volumes resultam, no espaço de duas décadas, em um aumento de 116,8% na produção brasileira de milho. Ou em uma expansão média de pouco mais de 4% ao ano.

Pois bem: nessa expansão, o incremento da safra principal, em 20 anos, não deve ir muito além dos 11% ou pouco mais de meio por cento ao ano. Pois enquanto em 1994 foram colhidas, na safra principal, 30,924 milhões/t de milho, a previsão para 2013 não vai além de 34,475 milhões/t (nesses 20 anos, a maior colheita ocorreu em 2008 – 39,9 milhões/t; de lá para cá o volume se estabilizou em torno dos 33-34 milhões/t).

Em outras palavras, a expansão real da produção brasileira de milho vem da safrinha, que em duas décadas aumentou mais de 1.500%, expandindo-se a uma média superior a 16% ao ano, a maior parcela desse crescimento concentrada nos últimos anos (só neste ano, a safrinha aumentou 74% em relação a 2011).

Naturalmente, após expansões tão significativas, a safrinha também chegará a um ponto de estabilização. E isso aliado ao risco embutido em toda segunda safra de milho deixa uma interrogação quanto ao abastecimento do grão.

Um fato é certo: agora que o Brasil está sendo reconhecido também como grande exportador de milho (em 2012 deve exportar o equivalente a 53% das exportações dos EUA que, por sua vez, exportam apenas o equivalente a uma safrinha brasileira), o processo não tem retorno. E com as exportações absorvendo a nossa safrinha e sem que haja aumento da safra principal, como fica o abastecimento interno?

Fonte: Avisite

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