Milho e Sorgo

Compradores buscam alinhar preços do milho no Sul, mas enfrentam dificuldades

Enquanto produtores priorizam a colheita da soja, negociações com milho permanecem lentas e pressionadas em diferentes estados do país


Publicado em: 08/04/2025 às 11:10hs

Compradores buscam alinhar preços do milho no Sul, mas enfrentam dificuldades

O mercado de milho no Sul do Brasil segue enfrentando entraves, com compradores tentando alinhar os preços internos aos de exportação, especialmente no Rio Grande do Sul. De acordo com informações da TF Agroeconômica, os ajustes ainda não surtiram efeito. “O mercado de milho continua enfrentando obstáculos nas compras, uma situação que deve persistir até o início da colheita da segunda safra. Em Panambi, os preços de pedra recuaram para R$ 67,00 por saca”, informou a consultoria.

Em Santa Catarina, o cenário é de estabilidade e baixa liquidez. O ritmo lento de negociações reflete o foco dos produtores na colheita da soja, o que tem deixado as vendas de milho em segundo plano. No porto, os preços variaram entre R$ 72,00 por saca para entrega em agosto (pagamento em 30/09) e R$ 73,00 para entrega em outubro (pagamento em 28/11). Nas cooperativas, os valores praticados foram de R$ 70,00 em Campo Alegre, R$ 69,00 em Papanduva, R$ 71,00 no oeste do estado e também R$ 71,00 na região serrana.

No Paraná, os preços mantiveram a tendência de queda registrada no dia anterior. “O mercado de milho no estado segue com pouca atividade, resultado direto da prioridade dos produtores na colheita da soja. Esse comportamento tem limitado significativamente o volume de negociações, cenário semelhante ao observado em Santa Catarina”, destacou a TF Agroeconômica.

No Mato Grosso do Sul, o milho da safrinha continua com preços pressionados, variando conforme a localidade. Em Dourados, a saca é negociada a cerca de R$ 74, enquanto em Maracaju e Sidrolândia os compradores oferecem R$ 73 e R$ 72, respectivamente. Já em Campo Grande e Caarapó, os valores giram em torno de R$ 74 por saca.

Milho B3 encerra em alta com retração dos vendedores

Na Bolsa de Chicago, cotações encerram dia de forma mista, com suporte na demanda externa

Os contratos futuros de milho encerraram a segunda-feira em alta na Bolsa de Mercadorias de São Paulo (B3), segundo análise da TF Agroeconômica. “O milho B3 reverteu a tendência de baixa observada nos últimos dias. Com o mercado físico ainda em disputa por preços, a curva de paridade entre Cepea e B3 voltou a se aproximar”, informou a consultoria.

A movimentação dos agentes também foi influenciada por expectativas cambiais. “O vendedor apareceu mais ativo no início da semana, temendo um avanço do dólar e dos prêmios de exportação. Já o comprador se retrai, apostando nos mesmos fatores para valorizar o milho estocado. No entanto, ambos têm consciência de que a entrada do milho safrinha no mercado exigirá maior volume de negócios”, acrescentou a TF.

Com isso, as cotações futuras fecharam o dia em alta. O contrato para maio de 2025 encerrou a R$ 78,57, alta de R$ 2,18 no dia e de R$ 0,85 na semana. Já julho de 2025 fechou a R$ 72,38, com ganho diário de R$ 1,15 e semanal de R$ 0,09. Para setembro de 2025, a alta foi de R$ 1,18 no dia e R$ 0,43 na semana, com o contrato encerrando a R$ 71,94.

Na Bolsa de Chicago, o milho teve um fechamento misto, sustentado por fatores relacionados à demanda internacional. “A cotação de maio, referência para a safra de verão brasileira, subiu 0,87%, ou 4,25 cents, fechando a US$ 464,25 por bushel. Já o contrato de julho avançou 0,75%, ou 3,50 cents, encerrando o dia a US$ 470,75 por bushel”, relatou a TF Agroeconômica.

Segundo a consultoria, o milho resistiu melhor às perdas em relação a outras commodities, como a soja. “A sessão foi bastante volátil para todos os grãos, o que permitiu ao milho fechar com alta nas duas primeiras posições e leves baixas nos contratos seguintes. As negociações com Japão e União Europeia, dois importantes compradores do milho norte-americano, deram sustentação aos preços ao longo do dia”, finalizou.

Fonte: Portal do Agronegócio

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