Publicado em: 29/04/2025 às 11:55hs
A segunda safra de milho de 2025, conhecida como “safrinha”, tende a se desenvolver sob condições climáticas mais favoráveis em comparação ao mesmo período do ano anterior nos estados do Mato Grosso e Goiás. A análise é da Nottus, empresa especializada em inteligência de dados e consultoria meteorológica para negócios, que aponta a influência de massas de ar frio no Sul do Brasil como fator que poderá estimular o avanço de frentes frias até o Centro-Oeste, beneficiando o ciclo da cultura.
De acordo com Desirée Brandt, sócia-executiva e meteorologista da Nottus, a ocorrência de episódios de chuva em maio, ainda que de fraca intensidade, é decisiva para as fases finais do ciclo do milho, como a floração e o enchimento de grãos. “Essas precipitações auxiliam, sobretudo, as lavouras que foram semeadas fora da janela ideal de plantio”, destaca a especialista.
Além das chuvas, a queda gradual das temperaturas noturnas ao longo de abril também contribui positivamente para o desenvolvimento das lavouras. Segundo Desirée, a redução das temperaturas favorece o metabolismo do milho e a formação de orvalho nas primeiras horas da manhã, proporcionando uma fonte adicional de umidade, especialmente em períodos de estiagem.
Nas áreas produtoras do Paraná e do Mato Grosso do Sul, a previsão é de volumes de chuva dentro da média histórica. A Nottus alerta para a necessidade de atenção ao avanço de massas de ar frio a partir da segunda quinzena de maio. "Embora possa haver períodos com redução das chuvas, não se espera escassez extrema ao longo do ciclo da cultura", afirma Desirée Brandt.
O cenário climático em 2025 será diferente daquele registrado em 2024, marcado pelo El Niño. Com o enfraquecimento do La Niña e a tendência de neutralidade nas águas do Oceano Pacífico, espera-se maior propagação de massas de ar frio de origem polar a partir de maio. Apesar disso, a previsão da Nottus não indica um inverno rigoroso.
A meteorologista ressalta que, mesmo com condições favoráveis, há risco de ocorrência de geadas entre maio e junho, especialmente nas regiões mais ao Sul. Desirée alerta os produtores sobre os riscos caso o plantio do milho tenha ocorrido fora da recomendação técnica. "Se a lavoura ainda estiver em fases críticas, como pendoamento, enchimento de grãos ou estágio de grão leitoso durante junho e julho, o risco de danos por geadas aumenta significativamente", conclui.
Fonte: Portal do Agronegócio
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