Milho e Sorgo

Brasil se Preparar para Receber 20 Novas Biorrefinarias de Etanol de Milho nos Próximos Anos, Estima UNEM

Expansão Reflete Crescimento do Setor e Importância Estratégica das Biorrefinarias


Publicado em: 23/07/2024 às 12:00hs

Brasil se Preparar para Receber 20 Novas Biorrefinarias de Etanol de Milho nos Próximos Anos, Estima UNEM

O etanol de milho está ganhando cada vez mais relevância no Brasil. Atualmente, cerca de 20% do etanol consumido no país é derivado desse grão, e as projeções indicam uma expansão significativa da capacidade de produção nacional. Segundo a União Nacional do Etanol de Milho (UNEM), 20 novas biorrefinarias estão autorizadas ou programadas para construção nos próximos anos, com a maioria localizada na região Centro-Oeste.

Essa tendência de expansão será um dos principais temas discutidos durante a 30ª Fenasucro & Agrocana, que acontecerá de 13 a 16 de agosto em Sertãozinho/SP. O evento destaca a importância estratégica das biorrefinarias para o futuro energético e econômico do Brasil.

"Atualmente, temos 22 biorrefinarias em operação, sendo 11 delas no Mato Grosso. Essa concentração se deve às condições favoráveis oferecidas para a indústria na região. No entanto, a tendência dos investidores, tanto internacionais quanto brasileiros, é expandir e fomentar a economia em outras áreas do país", revela Bruno Alves, diretor de Relações Institucionais e Sustentabilidade da UNEM.

Paulo Montabone, diretor da Fenasucro & Agrocana, enfatiza que a feira oferece produtos, inovações e tecnologias essenciais para a criação de novas biorrefinarias e para a modernização das existentes. "A maior usina de etanol do Brasil é de milho, e é gratificante saber que a discussão sobre etanol de milho começou na Fenasucro & Agrocana e agora é uma realidade. Estamos sempre à frente das tendências, por isso somos referência", destaca Montabone. "A novidade que discutiremos agora são as biorrefinarias, que produzem subprodutos ecologicamente corretos, independentemente da matéria-prima, seja milho, soja ou cana", completa.

Crescimento da Demanda Interna

O setor de etanol de milho visa atender à crescente demanda interna por biocombustíveis, impulsionada pelo potencial produtivo do milho e pela necessidade de diversificação da matriz energética nacional. Nos últimos dez anos, a produção de milho no Brasil aumentou de 72,9 milhões para 113,4 milhões de toneladas.

"Esse é um setor em construção, com muito potencial de desenvolvimento. A primeira planta de etanol de milho puro começou a operar em 2017, e há um excedente de milho que pode ser convertido em bioenergia", explica Alves.

Com a maior concentração de demanda no Sudeste, as novas plantas de etanol de milho estão sendo estrategicamente instaladas para atender às necessidades do mercado nacional. Segundo Alves, as novas unidades ajudarão a diversificar a matriz energética brasileira, reduzindo a dependência de combustíveis fósseis e oferecendo vantagens ambientais significativas, como menor uso de insumos agrícolas e um ciclo de produção mais eficiente em termos de emissões de gases de efeito estufa.

A estimativa para os próximos anos é aumentar a produção de etanol de milho dos atuais 6,3 bilhões de litros para 16,6 bilhões de litros na safra 2033/34, consolidando a posição do Brasil como um dos líderes globais no setor de biocombustíveis.

Integração e Sustentabilidade

Além de ser uma fonte importante de biocombustível, a produção de etanol de milho gera subprodutos valiosos, como o DDGS (grãos secos de destilaria com solúveis), utilizados na alimentação animal. Essa integração agroindustrial não só fortalece a economia rural, criando novas oportunidades de mercado para produtores de milho, mas também contribui para a sustentabilidade econômica e ambiental do setor agrícola brasileiro.

"As novas biorrefinarias trazem sustentabilidade, tecnologia e inovação. O etanol de milho contribui para a mobilidade urbana, e os subprodutos proporcionam uma revolução no campo, intensificando e integrando a cadeia de proteína animal a um sistema de produção que transforma áreas de pastagens degradadas em áreas de plantio e industrializa excedentes de grãos exportáveis", conclui Alves.

Fonte: Portal do Agronegócio

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