Milho e Sorgo

Produtividade da lavoura de milho depende de nutrientes bem aplicados, diz especialista

Samuel Guerreiro, diretor técnico da Brandt do Brasil, explica como enxofre e potássio podem elevar a qualidade das plantações


Publicado em: 19/09/2019 às 00:00hs

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Samuel Guerreiro: Engenheiro Agrônomo e diretor técnico da Brandt do Brasil
Por: Rafael Iglesias

A agricultura não depende apenas de plantação, irrigação e tempo adequado para produzir bons resultados. O aumento da potência das lavouras está atrelado, atualmente, a uma necessidade de nutrir as plantas com recursos cientificamente testados, sem prejudicar o meio ambiente e proporcionando segurança alimentar e qualidade para o consumidor final.

Na lavoura de milho, que cresce a cada ano, dois nutrientes essenciais para o aumento da produtividade são o enxofre e o potássio, conforme explica o engenheiro agrônomo Samuel Guerreiro. “É evidente que a agricultura brasileira tem se profissionalizado cada vez mais e isso tem sido percebido nos resultados de produção”, diz.

Guerreiro, que é diretor técnico da Brandt do Brasil, diz que o uso de enxofre e potássio no milho rendeu “incremento médio de 17,68 sacas por hectare”, segundo constatou pesquisa ao longo de 10 anos nos Estados Unidos, onde a matriz da Brandt tem sede. Na entrevista a seguir, ele explica como esses dois nutrientes agem sobre a plantação.

A Brandt do Brasil tem destacado a importância de nutrir plantações de milho com enxofre e potássio. Como a empresa chegou à conclusão de que isso é eficiente?

A Brandt tem mais de 65 anos de experiência em tecnologias agrícolas desde sua criação, nos Estados Unidos. Está presente em mais de 50 países, o que lhe proporciona a vantagem de estar acompanhando o desenvolvimento de todas as novas tecnologias do setor. Contamos com uma equipe de pesquisadores responsáveis pelo Departamento de Desenvolvimento e Inovação da empresa, onde criamos novas tecnologias internamento, e também com contribuições desenvolvidas em ambientes acadêmicos somados a um network com diferentes empresas de inovação do ramo. Com isso, foi possível compreender não somente a necessidade que as plantas têm de nutrientes como enxofre e potássio, mas também o mais importante, como fazer com que planta realmente utilize o que está sendo aplicado. No caso do milho, por exemplo, eles são de extrema importância para a cultura.

De que forma esses nutrientes agem sobre a planta?

O enxofre ajuda a aumentar a oferta de proteínas e aminoácidos essenciais. Como consequência, o uso desse recurso aumenta a qualidade do grão, melhora a defesa natural da planta contra os chamados patógenos; que são organismos causadores de doenças e também atua no controle hormonal para o crescimento e a diferenciação celular. Já o potássio regula abertura e o fechamento de estômatos; estruturas que ficam especialmente nas folhas, realizando trocas gasosas e regulando a turgidez. O potássio também é responsável pelo transporte de outros nutrientes, promove a absorção de água, auxilia o armazenamento e transporte de carboidratos. Esse elemento também é um ativador enzimático e atua na fotossíntese. Lembrando que essas funções serão ativadas pelos nutrientes que a planta conseguirá absorver e translocar, pontos cruciais principalmente quando se fala de aplicação de nutrição via foliar.

Para saber se um produto ajuda ou não a aumentar a produtividade, é preciso muito estudo. Quanto tempo demora uma pesquisa desse tipo?

Quando falamos de nutrição, falamos de uma das áreas mais complexas da agricultura, que envolve todo o metabolismo das plantas, e alguns conceitos que ainda não estão totalmente claros até mesmo para os pesquisadores mais renomados. Temos várias situações que podem se estender a décadas de estudos e validações. Porém, pensando em uma pesquisa de validação, em que já se conhece o problema a ser resolvido e a solução já foi desenvolvida, temos pela frente pelo menos de dois a três anos de testes de validação no campo, contando com testes em diferentes países e regiões, e, ainda, testes em universidades, consultores, empresas de pesquisas oficiais, entre outros. Pensando em desenvolvimento de tecnologias, o tempo é longo, e o aprimoramento é constante. Temos como exemplo as nossas tecnologias Manni-Plex e Smart System, que apesar de serem consolidadas e referências mundiais, continuamos aprimorando, sempre visando a maior eficiência do uso dos nutrientes aplicados via foliar. Com isso conseguirmos mudar um conceito importante para a agricultura, quando falamos de nutrição via foliar: a qualidade supera a quantidade, ou seja, não adianta eu colocar duas ou três vezes mais enxofre ou potássio de um produto que não entrega a absorção e translocação necessária desses nutrientes. Temos inúmeros trabalhos mostrando produtividades superiores justamente utilizando doses duas ou três vezes menores dos nutrientes, mas com a tecnologia certa para garantir o uso desses pelas plantas.

Em números, é possível comparar o resultado apresentado em plantações com e sem o uso dos produtos apontados pela Brandt como eficientes?

Falando em milho, temos um histórico nos EUA de 10 anos de pesquisa, em que o incremento médio foi de 17,68 sacas por hectare onde foram utilizadas nossas tecnologias. Como média, isso significa que em alguns anos a diferença foi menor e em outros anos, maior. Tudo é uma questão de combinação de fatores como: híbrido, solo, patógenos, pragas, plantas daninhas, nutrição e clima. O que faz com que cada ano seja diferente, pois muitos fatores não estão sob o nosso controle, principalmente o clima, o qual tem influência direta em quase todos os demais fatores, que irão influenciar positivamente ou negativamente o desenvolvimento das plantas e a expressão do seu potencial produtivo.

Especialmente em relação à plantação do milho na safrinha, o que o senhor acha que falta ao produtor rural e o quais sãos os desafios que ele tem pela frente?

O produtor vem fazendo sua tarefa de casa e se dedicando cada safra mais ao milho safrinha. Como consequência, a safrinha de milho tem crescido a cada ano. Em 2019, já existem estatísticas que indicam que estão sendo plantados 11,2 milhões de hectares. Esse número representa um aumento de 15,5% em relação ao ano passado. Além disso, a expectativa é colher 66,5 milhões de toneladas com essa segunda safra. Esse aumento da oferta decorre do aumento da área e da produtividade, a partir também do uso de tecnologias cada vez mais modernas, que contribuem para a ampliação dos ganhos dos agricultores que investem na correta nutrição das plantas e o correto manejo de pragas, doenças e plantas daninhas. Ao percorrer as cidades brasileiras, é possível perceber que a maior parte dos produtores rurais já têm consciência da necessidade do complemento nutricional para as plantas, como forma de potencializar o desenvolvimento e o potencial produtivo. O produtor nacional de milho vem investido mais em fertilizantes e defensivos na segunda safra, o que não era comum tempos atrás. Também como consequência disso, a safrinha virou “safrona” e atualmente a média de produtividade nacional da safra verão e a safrinha estão quase que equiparadas. Seguir as regras de aplicação indicadas em produtos e não deixar os investimentos de lado, mesmo que o custo de produção aumente, são boas maneiras de incrementar a produtividade e o rendimento líquido por área.

O Brasil tem um tamanho continental e as características de cada região são muito diferentes. Para atingir uma boa produtividade em cada uma delas, o que é preciso ter em mente?

É evidente que a agricultura brasileira tem se profissionalizado cada vez mais e isso tem sido percebido nos resultados de produção. Antes do plantio da lavoura é preciso ter em mente o quanto se deseja produzir. A partir disso, será calculado o investimento a ser feito em genética (semente), fertilizantes e defensivos para se atingir o objetivo proposto. Aplicar grandes quantidades de determinado fertilizante pode prejudicar o desenvolvimento da planta, além de ser algo negativo do ponto de vista financeiro. Por outro lado, utilizar quantidades menores que as indicadas e recomendadas não vai produzir o resultado esperado. O segredo é o equilíbrio. Os produtos comercializados são resultados de diversos testes e estudos – teóricos e práticos – e a recomendação sempre deve ser seguida à risca, tanto no âmbito da nutrição como de proteção de plantas. A Brandt do Brasil, por exemplo, oferece algumas soluções. O Manni-Plex K (potássio) tem indicação de um a dois litros por hectare na produção de milho, entre o primeiro e o quarto estádio reprodutivo da planta. O Focus-S-Micros (enxofre) tem uma variação maior (conforme a necessidade específica das culturas): de meio litro a cinco litros por hectare. Além de outros produtos como Smart Trio, Smart Cobre, Target N3200, entre outros. Seguindo as regras de boas práticas agrícolas aliadas com as recomendações fornecidas por fabricantes de outros recursos, certamente haverá alto desemprenho, tanto na safrinha, quanto na safra de verão do milho. Afinal, as plantas precisam desses elementos, que são absorvidos naturalmente em grandes quantidades. Juntos, eles atuam no metabolismo das plantas entregando maiores rendimentos ao produtor rural.

Fonte: Texto Comunicação

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