Publicado em: 04/06/2021 às 08:50hs
Nesse sentido a irrigação tem se mostrado uma ferramenta muito versátil e eficiente, pois é possível ganhar tempo e germinar o cultivo, como exemplo a soja, logo que o vazio sanitário se encerra, sem depender das chuvas e aproveitando as melhores “janelas” de plantio.
Muitos produtores já desfrutam da irrigação por gotejamento subterrâneo em grãos, que está em crescimento significativo no Brasil. Sendo uma forma muito eficiente de aplicação de água e nutrientes, pois entrega tudo diretamente no sistema radicular da planta.
Contudo, uma dúvida muito comum entre os produtores é se a tecnologia é capaz de promover a germinação da lavoura com sucesso. Antes de abordarmos a germinação com gotejamento subterrâneo em si, é importante entendermos alguns conceitos relevantes, que nos dão embasamento para compreender como a água aplicada se comporta no solo.
Na irrigação por gotejamento subterrâneo, ao contrário de outros métodos, a água vem de baixo para cima. O fenômeno que permite que isso aconteça é chamado de capilaridade. A capilaridade é a tendência que algumas substâncias apresentam de subir ou descer por paredes de tubos finos (tubos capilares) ou de se deslocar por curtos espaços existentes em materiais porosos, como o solo. Esse mecanismo permite que os fluidos se desloquem ainda que estejam contra a força da gravidade.
Solos argilosos possuem mais capilaridade por apresentarem partículas menores e consequentemente espaços mais estreitos nos quais a água sobe com mais facilidade. Já os solos arenosos apresentam menor capilaridade devido ao tamanho maior de suas partículas. Desta forma, para que a água alcance a semente, é necessária uma concepção diferente de projeto, com tubos gotejadores mais próximos e mais superficiais, respeitando um limite para que não atrapalhe a mecanização. Assim, a concepção de espaçamentos de tubos gotejadores e a profundidade de enterrio depende da textura do solo onde será implementado.
Na maioria das vezes, quando vamos realizar a germinação dos cultivos partimos do solo seco. Da mesma forma que os agricultores não plantam caso não tenha chovido uma boa quantidade em milímetros, no sistema de irrigação por gotejamento subterrâneo precisamos realizar ciclos de irrigação com o objetivo de encher a “caixa de água do solo” e deixá-lo em capacidade de campo antes do plantio.
Germinação do milho proporcionada pelo sistema de gotejamento subterrâneo.
O departamento agronômico da Netafim conta com todo esse “know-how” realizando germinações das culturas nas diversas condições de solo e clima.
Em síntese, com a concepção ideal de projeto, manejo correto da irrigação e implementado todo protocolo de reestruturação do solo após a instalação dos tubos, o agricultor pode germinar seu cultivo e não depender do clima para realizar a semeadura, aproveitando as melhores oportunidades de plantio e possibilitando a realização da terceira safra, potencializando sua produtividade e rentabilidade.
Por João Silva, Especialista Agronômico Netafim
Fonte: Netafim
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