Publicado em: 18/12/2024 às 10:10hs
A segunda reestimativa da safra de laranja 2024/25, divulgada nesta terça-feira (10) pelo Fundecitrus, projeta uma produção de 223,14 milhões de caixas de 40,8 kg no cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo e Sudoeste Mineiro. O número representa um crescimento de 3,4% em relação à estimativa anterior, de setembro (215,78 milhões de caixas), mas ainda é 4% menor do que a projeção inicial, divulgada em maio (232,38 milhões).
De acordo com Juliano Ayres, engenheiro-agrônomo e diretor-executivo do Fundecitrus, a safra é considerada atípica devido à significativa participação da quarta florada, que corresponde a 9,1% da produção total (20,23 milhões de caixas), ante 7,1% inicialmente previstos. "É uma situação distinta das nove edições anteriores da Pesquisa de Estimativa de Safra (PES)", destacou Ayres.
A quarta florada, que se mostrou mais expressiva do que o habitual, resultará em uma colheita fora de época, com frutos sendo recolhidos entre janeiro e abril de 2025. No entanto, o peso médio desses frutos é inferior ao das primeiras três floradas: 126 gramas contra 161 gramas, respectivamente.
Essa particularidade foi confirmada após uma derriça complementar realizada entre setembro e outubro, em 520 laranjeiras. De acordo com o professor José Carlos Barbosa, da Unesp, essa foi a primeira vez que a PES realizou tal procedimento devido à emissão tardia e volumosa da quarta florada. Inicialmente, estimava-se 32 frutos por árvore, mas a nova análise mostrou uma média de 54 frutos.
Outro fator relevante foi a influência das chuvas intensas de outubro e novembro, que ficaram 85 milímetros acima da média histórica e favoreceram o crescimento dos frutos em todas as variedades. Contudo, essas chuvas vieram tarde, após um período de 11 meses consecutivos com precipitação abaixo da média.
Com isso, a projeção do peso médio por fruto, que era de 169 gramas em maio, caiu para 155 gramas em setembro e agora subiu ligeiramente para 156 gramas. A variedade Pera foi a única a registrar aumento de peso em comparação à estimativa anterior.
Apesar do aumento na produção, a taxa de queda de frutos também aumentou, passando de 18,5% para 19%. O Fundecitrus aponta o greening, as operações mecanizadas, como a poda, e a produção tardia da quarta florada como principais causas.
Essa peculiaridade deverá prolongar o período de colheita em relação às safras anteriores, resultando em perdas adicionais devido à queda dos frutos.
A Pesquisa de Estimativa de Safra (PES) é realizada pelo Fundecitrus em parceria com a Markestrat e professores titulares da FEA-RP/USP e FCAV/Unesp.
Fonte: Portal do Agronegócio
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