Publicado em: 09/01/2012 às 15:50hs
Uma reportagem publicada nesta semana pela Revista Veja esclarece pontos importantes sobre a utilização de defensivos agrícolas no Brasil. Intitulada de “A Verdade sobre os Agrotóxicos”, a matéria alerta sobre as conclusões de um estudo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), divulgada na mídia nacional, sobre a contaminação de alimentos.
“Estariam os brasileiros, então, intoxicando-se perigosamente cada vez que levam o garfo à boca e arriscando uma doença grave no futuro? Definitivamente, não. Quando se esmiúça o relatório, vê-se que muito do receio que ele provocou é exagerado ou infundado”, diz a matéria. A revista conversou com profissionais renomados do setor de toxicologia e agronomia, que destacaram, entre vários pontos, que apenas 3,6% dos produtos avaliados revelaram teor de agrotóxicos acima do limite máximo de resíduos (LMR), índice que determina o consumo sem riscos a saúde.
Os 24,3% das amostras que apresentaram presença de defensivos não autorizados não significa que os produtos eram ilegais. São comercializados legalmente no país, porém não são registrados para a cultura que foi aplicada. Como o processo é oneroso para o fabricante, as empresas preferem investir em produtos que serão vendidos aos grandes produtores. “Assim, quando não há defensivo registrado para eliminar pragas que atacam uma cultura pequena, o produtor se vê obrigado a recorrer a um defensivo não autorizado, mas que traz o princípio ativo do qual ele necessita”, explica Celso Omoto, professor da Faculdade de Engenharia Agronômica da Universidade de São Paulo.
Mamão
Entre os produtos analisados pelo estudo da Anvisa está o mamão. Cerca de 30% das amostras analisadas apresentaram problemas, o que não representa risco à saúde. Para o engenheiro agrônomo e consultor agrícola da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Papaya (Brapex), José Roberto Macedo Fontes, é preciso destacar dois pontos importantes nesse estudo. “O primeiro é que um dos problemas verificados no estudo são os defensivos aplicados na cultura do mamão que não são registrados para a cultura, o que não quer dizer que são ilegais ou maléficos. São usados com o mesmo fim em outras atividades, mas na fruticultura não existe esse registro”, destaca.
O segundo fator é que as amostras que foram constatadas com defensivos acima do permitido são poucas e os valores encontrados acima do limite máximo de resíduos (LMR) são mínimos. “A margem de segurança do LMR é muito grande e o teor encontrado é muito pequeno. Não justifica dizer, puro e simplesmente, que os alimentos estão contaminados. Mesmo porque, uma contaminação aguda seria remota”, afirma Fontes.
Fonte: Assessoria de Comunicação Brapex
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