A maioria das plantações está localizada em região de mata, no sul do estado, em condições favoráveis para o desenvolvimento de doenças, sendo a mais destrutiva delas a Sigatoka-negra.

A Embrapa Roraima vem realizando pesquisas para avaliar a resistência de variedades de bananeiras a essa doença.  Entre os aspectos analisados estão: níveis de resistência a Sigatoka-negra, produtividade, análise sensorial e qualidade dos frutos. Na primeira etapa do projeto já foram avaliadas 22 variedades. As cultivares estudadas foram desenvolvidas pela Embrapa Mandioca e Fruticultura (Cruz das Almas – BA).

A Sigatoka-negra, causada pelo fungo Mycosphaerella fijiensis, é a mais grave e temida doença da bananeira no mundo, com perdas que podem chegar a 100% da produção. Ela provoca manchas nas folhas, formando áreas necróticas, que causam a redução da capacidade fotossintética da planta. A doença foi detectada no estado de Roraima pela primeira vez em 2001, no município de Caroebe. Lá, a incidência de Sigatoka-negra nas cultivares Pacovan, Prata comum e Maçã causou redução de 75% no peso dos cachos.
 
De acordo com Teresinha Albuquerque, pesquisadora do projeto, com o diagnóstico da doença e sua disseminação para outras áreas de plantio dentro do estado, houve um incentivo para que os produtores fizessem a substituição dos bananais por variedades resistentes à doença. “Entre os problemas que contribuíram para a disseminação da Sigatoka-negra estão as práticas agrícolas inadequadas, a adoção de baixa tecnologia e problemas fitossanitários”, diz Teresinha.

Mesmo com a confirmação da presença da doença em Roraima alguns produtores continuam utilizando cultivares altamente suscetíveis à Sigatoka-negra e têm receio em adotar novas variedades para o plantio.  

O pesquisador Daniel Schurt, que também faz parte do projeto, explica que o uso de variedades tolerantes à doença é a forma mais recomendada de controle. Mas, o agricultor pode seguir algumas dicas de manejo preventivo, tais como adquirir mudas certificadas e não permitir a entrada no bananal de veículos contendo restos de banana ou folhas de bananeira.

Entre os genótipos de banana utilizados na pesquisa estão: Caipira, Calypso, Fhia 2, Fhia 17, Fhia 18, Fhia 23, Garantida, Grand Naine, Japira, JV42-135, Maçã, Maravilha, PA 42-44, PA 94-01, Thap Maeo, Tropical, YB42-03, Pacovã Ken, Prata Anã, Princesa, PV 79-34 e Maranhão.

Bananicultura no estado

Roraima possui área plantada em torno de 5.670 hectares, produção de 45 mil toneladas e produtividade média de 9.6 quilos por hectare (IBGE, 2010). A produção do estado é uma das mais baixas da Região Norte, mas é suficiente para abastecer o mercado local de Boa Vista, sendo o excedente da produção enviado para o estado do Amazonas. Os principais plantios estão localizados nos municípios de Caroebe, São João da Baliza, Rorainópolis e Mucajaí.