Fruticultura e Horticultura

Impactos do La Niña na Produção de Hortifruti no Nordeste Brasileiro

Aumento das chuvas impulsiona a proliferação de doenças fúngicas; especialista sugere estratégias de manejo


Publicado em: 06/08/2024 às 07:30hs

Impactos do La Niña na Produção de Hortifruti no Nordeste Brasileiro

O fenômeno La Niña, caracterizado por uma queda superior a 0,5 °C na temperatura e um aumento significativo nas chuvas nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, está afetando de forma intensa as plantações de hortifruti. Nos estados da Bahia, Pernambuco, Sergipe e Ceará, culturas como tomate, uva e melão enfrentam perdas tanto na produtividade quanto na qualidade dos frutos devido à elevada umidade, o que favorece o surgimento de doenças.

Luís Grandeza, gerente de culturas e portfólio da FMC, ressalta a importância do manejo preventivo. "Embora junho e julho não costumem ser chuvosos no Vale do São Francisco, já observamos precipitações este ano. Por isso, é crucial que os produtores adotem práticas de controle fitossanitário preventivo contra fungos e bactérias desde já", explica Grandeza.

Entre as principais doenças destacadas estão a requeima (Phytophthora infestans) em tomate e batata, e o míldio (Plasmopara vitícola) em uva. Estas doenças são extremamente destrutivas e podem comprometer áreas inteiras rapidamente, especialmente em condições de temperatura amena (11°C a 23°C) e alta umidade (acima de 90%). "Os fungos, ao contrário das pragas, não são visíveis na fase inicial de esporos, o que torna a detecção tardia. Quando os sintomas surgem, a lesão já está formada, com indícios de bolor branco. Portanto, o manejo preventivo é essencial", orienta o gerente. Ele acrescenta que, em caso de previsão de chuvas, a pulverização deve ser realizada no dia anterior para reduzir a população de esporos e evitar a propagação das doenças. A combinação de soluções biológicas e químicas é recomendada para um manejo mais sustentável e eficaz.

O manejo integrado é uma abordagem estratégica que visa otimizar os resultados, minimizando a resistência aos produtos de controle e preparando as plantas para condições adversas, como estresse hídrico ou climático. Essa prática também contribui para a produção de defesas vegetais e aumento da produtividade.

Além das doenças já mencionadas, o La Niña também tem favorecido a proliferação do mofo-branco (Sclerotinia sclerotiorum). Esta doença pode infectar a parte aérea das plantas, resultando em uma redução na produtividade que varia de 20% a 30%, podendo chegar a 70% em situações de controle inadequado e condições ambientais favoráveis.

Para o controle dessas doenças, Luís Grandeza recomenda o uso do biofungicida Provilar® e do fungicida sistêmico Galben®-M, ambos da FMC. O Provilar®, com seu triplo modo de ação - antibiose, competição e indução sistêmica de resistência - é eficaz na prevenção do mofo-branco nos estágios iniciais e permite um manejo foliar prolongado. O Galben®-M, por sua vez, é um fungicida sistêmico de alta performance que, com uma combinação de dois ativos, oferece proteção prolongada e pode ser utilizado tanto na prevenção quanto em condições críticas.

Grandeza ressalta que a integração de defensivos químicos e biológicos promove a sustentabilidade e segurança alimentar, além de permitir um manejo eficiente que controla pragas e doenças simultaneamente, com menos impacto ambiental. "O manejo integrado possibilita a rastreabilidade dos defensivos agrícolas, o que é fundamental para o sucesso produtivo e pode ajudar o agricultor a reduzir custos operacionais, além de garantir a qualidade das frutas e hortaliças para grandes redes varejistas", conclui.

Fonte: Portal do Agronegócio

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