A colheita da safra das águas 2024/25 de batata na região de Bom Jesus, no Rio Grande do Sul, atingiu 15% do total estimado em janeiro, com previsão de conclusão em maio. Esse índice representa uma queda de 10% em relação ao planejado, e a expectativa é que a produção remanescente seja colhida no fim da safra, em abril. O atraso na colheita ocorre devido à decisão dos produtores de postergar o plantio, visando um cenário de preços mais favoráveis.

Os plantios ocorreram entre setembro de 2024 e janeiro de 2025, período em que as lavouras foram favorecidas por chuvas regulares e temperaturas amenas a moderadas. No entanto, as condições climáticas começaram a se deteriorar a partir de janeiro, com o aumento da seca e do calor, fatores que prejudicaram a formação final dos tubérculos, especialmente no que diz respeito à qualidade da pele, que escureceu.

Com a saturação do mercado, a qualidade dos produtos se tornou um diferencial crucial para a comercialização e para a obtenção de preços mais atraentes. Em função disso, a batata gaúcha perdeu competitividade, o que gerou um aumento nos prejuízos para os produtores locais. A partir da terceira semana de janeiro, as chuvas voltaram a ser mais regulares, o que deve contribuir para a recuperação da qualidade das lavouras.

Apesar dos desafios climáticos, a produtividade observada em janeiro foi considerada excelente, com uma média de 37 toneladas por hectare, podendo superar esse valor em lavouras que utilizaram sementes de melhor qualidade. A expectativa é que os rendimentos se mantenham elevados durante o mês de fevereiro.