A Embrapa Clima Temperado, em Pelotas/RS,  apresenta um exemplo de diversificação de culturas, especialmente dedicada à fruticultura, como alternativa à produção de fumo. Embora, a região não seja típica para produção de videiras, a propriedade da família de Osvaldo Bohrer está cultivando uvas de mesa como forma de aumentar a produtividade e a rentabilidade da pequena propriedade, localizada na Colônia São Manoel, no 8º. distrito do município. Os resultados positivos sinalizam a prosperidade para cultura nesta área geográfica, com uma produção de mais de cinco mil quilos de uvas.

“As uvas dão maior retorno que o fumo”, faz a afirmação considerada inédita, o agricultor Osvaldo Bohrer. Há quatro anos, ele dedicava-se a cultura do fumo, que no seu entendimento tinha que ter muito mais dedicação de mão-de-obra. Hoje, a troca do fumo pela cultura da uva indica nova paisagem na propriedade: parreirais em meio hectare de terra, cheios de cachos carregados do fruto.

Segundo a mulher, Zeli Bohrer a cultura da videira produziu bastante rápido na propriedade, chegando em 15 meses a um resultado animador. “A produção é considerada excelente, cada planta está dando de 7 a 8k. A projeção é que para o próximo ano seja de 15k/planta”, comenta o extensionista da Emater/RS, Luiz Carlos Migliorini, um dos incentivadores da família a adotar a diversificação de culturas, através de frutíferas.

Para o Chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa, João Carlos Costa Gomes, o papel da Empresa neste caso de sucesso está na condução dos pequenos agricultores a adotar as estratégias de manejo e uso de técnicas adequadas a produção de videiras. “As duas famílias estão diminuindo sua dependência de insumos e estamos fortalecendo a autonomia desses agricultores, ao acompanhá-los na construção dessa diversificação de culturas”, falou.

Os agricultores entendem que quando uma cultura não produz naquele momento, outra cultura pode ser inserida e transforma-se numa outra alternativa de produção. “Agora, que acabou a produção de pêssegos, temos retorno com a cultura da videira”, explica o filho Rafael Bohrer. Conforme ele, como o retorno tem sido muito bom, a família pensa em investir na propriedade, aquirir uma câmara fria para comercialização das frutíferas. Atualmente, a uva na propriedade está sendo comercializada a 1,50 reais, o kilo. 

Os motivos para o sucesso da cultura nesta propriedade, na concepção de Luiz Carlos Migliorini estão em três passos: uso de mudas de qualidade, adoção de tecnologias ideais de produção das videiras e a motivação dos agricultores em apostar na cultura, assumindo uma nova postura na condução do parreiral.

Os interessados em conhecer a experiência dos Bohrer poderão verificar de perto a produção da variedade de uvas Niágara Rosa (uva de mesa), nesta quinta-feira, dia 31, quando será oficialmente aberta a Colheita da Uva na região. O dia de campo está marcado para começar às 14h. A promoção é da Embrapa Clima Temperado, Emater/RS, Universidade Federal de Pelotas e Prefeitura Municipal de Pelotas.

Programação:

14h – abertura
14h30 – apresentação da propriedade e resultados com a cultura da videira
14h50 – elaboração de suco e de vinho para consumo familiar
15h10 – visita ao parreiral e abertura da Colheita da Uva
15h30 – degustação de Uvas
16h - Encerramento