É o caso da Cooperativa de Agricultores Familiares e Economia Solidária (Coopafs), localizada em Itabuna, região produtora de cacau no sul da Bahia. Apesar de ser a primeira vez que participa do evento promovido pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), a expectativa é de que o chocolate caseiro produzido a partir de uma receita de trisavós, esquecida há muito tempo e resgatada há cinco anos por uma das famílias de agricultores, conquiste os participantes da Feira.

A aposta é do presidente da Coopafs, Tilson Geraldo de Menezes Prates. “A tentação não fica apenas por conta do chocolate; nós produzimos, também, chocolate cremoso e licor cremoso de chocolate, feitos com cacau orgânico já em fase de certificação. Vai ser difícil resistir”, assegura Tilson, ex-presidente da RedeMoinho.

Fogo de Bode

Para aqueles que não gostam ou não podem se deliciar com os produtos derivados de cacau, os agricultores da Coopafs reservam outras duas novidades — uma delas, certamente um “golpe de misericórdia” — o aperitivo Fogo de Bode e um sabonete, ambos feitos com leite das cabras que a comunidade rural cria no semiárido baiano.

“O Fogo de Bode é produzido com uma excelente cachaça da região de Abaíra, na Chapada Diamantina. Depois, nós acrescentamos mel de abelha, catuaba, marapuama, limão, baunilha e chocolate. Já o sabonete, que é produzido sem soda cáustica, leva leite de cabra, mel de abelha e fécula de mandioca”, revela Tilson Prates.

Apoio

De acordo com o dirigente, a Coofaps deverá levar para o Rio de Janeiro o equivalente a cerca de R$ 10 mil em produtos e, pela RedeMoinho, haverá ainda mix de produtos orgânicos, como castanhas, café, mel, doces e geleias. O transporte até à capital fluminense também não será problema.

“Com a ajuda da delegacia do MDA em Salvador, já resolvemos tudo. Os produtos serão enviados, de carro, de Itabuna até Salvador e, de lá, até o Rio de Janeiro, por meio de uma transportadora providenciada pela RedeMoinho”, informa.

Tilson Prates ressalta que a ida ao Rio de Janeiro somente se tornou possível a partir do apoio e dos recursos que a entidade recebe do MDA, por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), e do governo da Bahia, por meio da Superintendência de Agricultura Familiar, da Secretaria de Estado da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária (Seagri).

“É graças a essa colaboração que pudemos estar presentes, somente no ano passado, em 14 feiras regionais, inclusive em Pernambuco, com a ajuda do MDA. Por isso, acreditamos que nossas vendas serão muito boas no Rio de Janeiro”, salienta o líder cooperativista, destacando ainda o apoio vital da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), órgão do governo federal responsável pela pesquisa e coordenação da produção de cacau no país.