Fruticultura e Horticultura

Controle do psilídeo-dos-citros na fase de ninfa é decisivo para combater o greening, apontam estudos

Pesquisadora da Unesp destaca avanços no manejo da praga com tecnologia e monitoramento eficazes


Publicado em: 28/11/2024 às 16:30hs

Controle do psilídeo-dos-citros na fase de ninfa é decisivo para combater o greening, apontam estudos
Foto: Regiane Oliveira

A contenção do psilídeo-dos-citros (Diaphorina citri), inseto responsável pela transmissão do greening, principal ameaça à citricultura brasileira, passa pela quebra do ciclo de desenvolvimento da praga, especialmente na fase de ninfa. Essa é a conclusão de Regiane Oliveira, professora livre-docente em entomologia e coordenadora do grupo Agrimip, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus Botucatu.

“O controle da ninfa é essencial para o manejo eficaz do greening. Embora o inseto adulto seja o transmissor da bactéria causadora da doença (Candidatus Liberibacter), é na fase de ninfa que ocorre a aquisição da bactéria. Interromper essa fase do ciclo é um avanço estratégico no combate à praga”, explica a pesquisadora.

Regiane observa que, anteriormente, o foco do controle estava nos adultos, que são mais facilmente atingidos por estarem expostos. Contudo, as ninfas representam um desafio maior, já que se instalam em áreas internas das copas das árvores, dificultando a pulverização. "É crucial que a aplicação de defensivos alcance essas áreas protegidas para garantir o controle da praga", enfatiza.

Tecnologia e novos produtos no manejo do psilídeo

Os estudos conduzidos pelo Agrimip destacaram o uso do inseticida buprofezina, um regulador de crescimento que atua inibindo a formação de quitina, essencial para o desenvolvimento da praga. "Esse ingrediente ativo bloqueia o crescimento das ninfas, reduzindo a população de adultos infectivos e, consequentemente, a disseminação do greening", explica Regiane.

Além disso, o trabalho reforça a necessidade de práticas agrícolas integradas, como o monitoramento constante dos pomares e o manejo eficaz de ovos, ninfas e adultos. "O citricultor deve adotar uma abordagem regional para o manejo, pois a redução da população de psilídeos em uma propriedade impacta positivamente toda a área produtora", destaca a pesquisadora.

Resultados promissores e perspectivas para o setor

Nas áreas experimentais que adotaram o uso da buprofezina e técnicas avançadas de manejo, os resultados têm sido animadores, segundo Regiane. "Essa ferramenta representa uma inovação para a citricultura, fundamentada em avaliações científicas que conectam o comportamento da praga à dinâmica da bactéria. Trata-se de uma abordagem que fortalece o controle do greening de maneira mais ampla e eficaz."

Por fim, a pesquisadora reforça que a união entre ciência e tecnologia é o caminho para superar os desafios da citricultura brasileira. “Com conhecimento aprofundado, boas práticas e monitoramento rigoroso, é possível avançar no controle dessa doença que tanto impacta o setor”, conclui.

Fonte: Portal do Agronegócio

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