Fruticultura e Horticultura

COCAMAR: Contrato de citricultor com a cooperativa protege contra a crise

Os produtores de laranja das regiões norte e noroeste do Paraná que firmaram contrato com a Cocamar, estão protegidos da crise que castiga o setor


Publicado em: 04/07/2012 às 20:00hs

COCAMAR: Contrato de citricultor com a cooperativa protege contra a crise

Eles têm assegurados US$ 4,80 pela caixa de 40,8 quilos na safra em andamento e US$ 4,60 nos próximos dois anos. “O valor não é o desejado mas está dentro do razoável, levando em conta as atuais circunstâncias”, afirma o citricultor Rogério Magno Baggio, cuja propriedade em São Carlos do Ivaí, na região de Paranavaí, deve totalizar uma colheita de 380 mil caixas.

Preço em queda - Com o excesso de oferta este ano, somado aos problemas ocorridos nos principais mercados internacionais, a cotação do suco  despencou e quem não tem contrato está vendo os frutos apodrecerem no pomar, pois os compradores sumiram. Nos últimos 12 meses, a cotação do suco concentrado recuou 37,8%.

Sobra - A crise estourou depois que as indústrias integrantes da CitrusBR (entidade que reúne as gigantes Citrosuco/Citrovita, Cutrale e Louis Dreyfus) estimaram uma sobra de 84 milhões de caixas na safra deste ano. Enquanto a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab) de São Paulo projeta uma produção de 365 milhões de caixas, o setor industrial já disse que só vai processar 247 milhões porque os estoques estão cheios e o momento do mercado, lá fora, é desfavorável. Por outro lado, o comércio de laranja in natura absorve apenas 34 milhões de caixas. Para a Associação Nacional dos Exportadores de Suco Cítrico, mais de três milhões de toneladas de laranja deixarão de ser colhidas.
 
Dólar
 - Rogério Baggio afirma que o preço garantido em contrato ainda permite remuneração, especialmente porque a cotação do dólar subiu nos últimos meses. “Ganha quem tem escala e produtividade”, cita Baggio, lembrando que a situação da maioria dos citricultores paranaenses é melhor do que a dos paulistas, pois os pomares são mais novos e conduzidos com melhor tecnologia. Segundo ele, os custos da atividade são altos pois a cultura exige investimentos e especial atenção contra doenças. “É um negócio que precisa ser levado de forma empresarial”, conclui.

 Problemas  - Além de o Brasil estar colhendo uma grande safra, há dificuldades de comercialização do suco surgidas em função da crise na Europa e também por restrições impostas pelos EUA após a constatação de resíduos de Carbendazin (um fungicida proibido naquele país). Não bastasse, falta espaço para estocar suco – o que faz com que as indústrias deixem de comprar a fruta no portão (de produtores sem contrato). As processadoras estimam 335 mil toneladas de suco estocadas.

 Safra  - O engenheiro agrônomo Robson Ferreira, coordenador de culturas perenes da cooperativa, projeta a safra de laranja deste ano, nas duas regiões, em cerca de 8,6 milhões de caixas de 40,8 quilos, sendo que 65% desse volume serão colhidos em Paranavaí e municípios vizinhos. Se confirmada, a produção vai ser praticamente igual a de 2011 - a maior de todos os tempos. A Cocamar vendeu este ano sua indústria de sucos concentrados em Paranavaí para a Louis Dreyfus Commodities, da qual é parceira.

Fonte: Imprensa Cocamar

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