Nesta semana, o projeto Campo Futuro da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) promoveu uma série de painéis para avaliar os custos de produção de grãos, frutas, leite e cana-de-açúcar em seis estados brasileiros. As reuniões foram realizadas em Alagoas, Bahia, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Sul, com a participação de produtores rurais, sindicatos, cooperativas, federações estaduais de agricultura e instituições de pesquisa.

Principais Resultados dos Painéis

Frutas (Bahia e Pernambuco)

Os levantamentos de custos na produção de frutas abordaram os cultivos de uva, goiaba e manga. Em Petrolina (PE), durante o painel de uva, foi estabelecida uma propriedade modal de 6 hectares, predominantemente com a variedade Vitória. Devido às condições climáticas desfavoráveis, a produtividade caiu drasticamente, alcançando apenas 40 toneladas por hectare na safra 2023/24.

No painel de manga, realizado em Juazeiro (BA), o modal produtivo também foi de 6 hectares, focando na variedade Palmer. A produtividade para a safra 2023/24 foi de 15 toneladas por hectare, abaixo das médias regionais e do potencial esperado. O aumento dos custos com insumos, especialmente defensivos, foi destacado devido à necessidade de controle de pragas.

Os painéis de goiaba ocorreram em Petrolina e Casa Nova (BA). Em Petrolina, o modal definido foi de 3 hectares, com produtividade média de 5 caixas por planta, em uma área plantada há cinco anos. Em Casa Nova, o cultivo abrange 5 hectares da variedade Paluma. A mão de obra utilizada é majoritariamente familiar, com contratação de prestadores de serviço apenas para atividades específicas, como poda e colheita. O ciclo produtivo, da poda à colheita, é de sete meses, com produtividade de quatro caixas por planta, resultando em cerca de 36 toneladas por hectare.

Leite (Minas Gerais)

Em Patos de Minas, o painel de leite definiu uma propriedade modal de 51 hectares, com uma produção anual de 22 mil litros de leite por hectare. A propriedade apresenta um alto nível tecnológico, produzindo cerca de 2,9 mil litros por dia em um sistema de compost barn. A receita gerada pela atividade leiteira tem permitido cobrir os custos operacionais, além de assegurar a depreciação e o pró-labore, evidenciando a sustentabilidade da atividade no médio e longo prazo.