Um dos berços da agropecuária baiana, a Chapada Diamantina avança na produção de frutas temperadas e pode se transformar num grande produtor de morangos. Foi o que disse o secretário estadual da Agricultura, engenheiro agrônomo Eduardo Salles, ao participar, ao lado do secretário de Relações Institucionais, Cesar Lisboa, da abertura do V Encontro de Produtores Rurais de Barra da Estiva e Região, encerrado neste sábado(21).. 

O secretário destacou que a agroindústria Bagisa, maior produtora de batata no norte de nordeste do País, instalada em Ibicoara, desenvolveu tecnologia para produção de morangos, obtendo bons resultados. Agora esta empresa faz parceria com os pequenos produtores da região e 15 agricultores do município de Ibicoara foram selecionados para iniciar um projeto piloto, que deverá ser expandido para outras regiões da Chapada.

“É uma parceria muito importante através da qual o grande produtor apoia o pequeno, transferindo tecnologia”, disse Eduardo Salles, revelando sua expectativa de que a Bahia deixe de ser importadora de morangos, que vem principalmente do Espírito Santos, e se transforme num grande produtor e exportador dessa fruta.

De acordo com a parceria celebrada, os pequenos produtores que participarão do projeto poderão ser fornecedores da Bagisa, ou colocar a produção final.

Ibicoara diversifica produção

No município de Ibicoara, ao abrir oficialmente, representando o governador Jaques Wagner, o I Seminário Sobre Frutas Tropicais, na tarde de quarta-feira (18), o secretário Eduardo Salles relatou para centenas de participantes do seminário as ações emergência e estruturantes que o governo está adotando para enfrentar a seca.

O seminário foi organizado para discutir questões como o zoneamento da banana e do maracujá, culturas que estão sendo desenvolvidas no município para diversificar a produção e não depender apenas do café.

O superintendente na Bahia do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), Nilo Meira, também participou do evento, falando das linhas de financiamento da instituição, destacando o CrediAmigo, maior programa de microcrédito da América do Sul.

NOVOS INVESTIMENTOS

De acordo com o coordenador do Agropolo/Ibicoara, Evilásio Fraga, Evilásio Fraga, as empresas do desse empreendimento poderão ampliar suas áreas de produção, e isso vai demandar financiamentos para custeio e investimento. Para discutir essa questão, o superintendente BNB, Nilo Meira e o secretário Eduardo Salles reuniram-se com agricultores e empresários, na Câmara de Vereadores de Ibicoara.

“O Agropolo vai mudar a realidade dessa região, crescendo com sustentabilidade e responsabilidade ambiental”, disse o secretário estadual da Agricultura. Na semana passada, Eduardo Salles esteve com a diretoria do Agropolo na Secretaria do Meio Ambiente, Inema e Cerb para ajustar detalhes do Licenciamento Ambiental Coletivo do Agropolo, que está sendo finalizado pela Sema, e esteve também com o secretário a Segurança Pública discutindo medidas de segurança para a região.

O agropolo, organizado há seis anos, produz cerca de 500 mil toneladas/ano de alimentos e gera cinco mil empregos diretos.

ITUAÇU

Horas antes da reunião de trabalho com os produtores do Agropolo, o secretário Eduardo Salles e o superintendente do BNB estiveram no município de Ituaçu, para debater a questão a renegociação de dívidas dos produtores daquela região. O secretário de Agricultura de Ituaçu, Edilson Novais, e o presidente da Associação de Produtores Rurais, José Augusto Santa Rosa, explicaram as dificuldades que o município atravessa com a seca e solicitaram apoio para resolver questões com os bancos.

O superintendente do BNB afirmou que os gerentes das agências do BNB estão sendo orientados quanto à aplicação das novas normas que prorrogaram o pagamento até dezembro deste ano das parcelas vencidas e a vencer de custeio e investimentos para os agricultores dos municípios onde foi decretada situação de emergência.

A lei 12.599, sancionada pela presidente Dilma Rousseff em 26 de março último, suspende as execuções judiciais e prorroga a renegociação de dívidas com até 85% de rebate para os agricultores que estão na região semiárida. “Os agentes financeiros aguardam a normatização dessa lei, que deve sair logo”, informou Eduardo Salles.