Os morangos são frutas muito perecíveis, delicadas e de curta vida pós-colheita. Os danos mecânicos, as feridas e as batidas durante a colheita, o transporte e a comercialização, deixam a fruta susceptível ao ataque de microorganismos causando importantes perdas pós-colheita.

Os fatores de campo que afetam o cultivo do morango, como as condições climáticas (chuvas, ventos), nutricionais (excesso de nitrogênio, falta de cálcio) e qualidade da muda, dentre outros, podem condicionar, em parte, a qualidade da fruta na pós-colheita (comercialização).

Por outro lado, na própria etapa de pós-colheita alguns aspectos são importantes para a manutenção da qualidade. A cor é um importante critério de maturação, sendo que os morangos deveriam ser colhidos com 75-80% de coloração vermelha. O manuseio cuidadoso da fruta na colheita, evitando as feridas e os danos mecânicos, a utilização de embalagens limpas e higienizadas bem como a rápida colocação da fruta no frio (antes de duas horas após serem colhidas) são fatores importantes que ajudarão na preservação da qualidade na etapa de comercialização. Além disso, o bom manejo do frio, que implica uma correta estabilização (sem flutuações) da temperatura e a umidade do ar adequada também são fatores importantes para manter a qualidade das frutas no mercado.

Normalmente, os morangos são armazenados a 0ºC e 90-95% de umidade relativa. Nessas condições, a duração do armazenamento pode variar entre três a seis dias dependendo da variedade. Para longas distâncias o transporte refrigerado é recomendado. A higiene e limpeza das câmaras frias é outro fator a considerar, pois no caso de estarem contaminadas com fungos e/ou bactérias, a fruta também será afetada e seu tempo de vida útil será reduzido.

Recomenda-se, portanto, que os morangos, após serem retirados das câmaras frias, sejam mantidos nas gôndolas de comercialização com uma temperatura entre 10-12ºC, para serem comercializados em até 24 horas.

Fernando Flores Cantillano - Pesquisador da Embrapa Clima Temperado