Foi devido a dificuldades com o andamento de uma obra que a depressão atingiu o engenheiro civil, Adriano Soares. A crise durou dois anos até ganhar mudas de quatro orquídeas. Curioso, ele começou a pesquisar sobre a planta e o cultivo virou terapia. Atualmente, a coleção de Soares conta com mil exemplares dividido em cerca de 30 espécies. Do quarteto inicial apenas uma sobreviveu. Mas, conforme o engenheiro, é o que acontece com a maioria dos iniciantes. “Devo ter aguado demais”, brinca. Ele é cliente de um dos orquidários de Cuiabá e sempre está atento às novidades.

Conhecidas como flores de difícil manutenção, as orquídeas têm fama de serem delicadas e sensíveis à água, mas quem as conhece se depara com um vegetal resistente. Porém, que necessita de cuidados especiais. A gerente de orquidário, Mari Santos, ressalta que os clientes procuram a orquídea pela beleza da flor, cheiro e formato exótico. “Tenho plantas que precisam de água diariamente ou uma vez a cada dois dias. Às vezes, com abundância ou não. Tudo depende de onde está plantada”.

Ao terem a função de presente ou lembrança em datas comemorativas, pessoas tendem a descartar a planta após a morte da flor. Segundo Mari, a atitude é errônea, pois a orquídea pode durar e florir por décadas.

A orientação é cortar as hastes florais depois que as flores murcharem e cultivar a planta em local e rega adequados. Algumas espécies conseguiram se adaptar ao sol, mas o indicado são lugares sombreados iluminados por raios solares do fim da tarde.

As orquídeas podem ser encontradas no solo ou suspensas em árvores. O adubo é fundamental para a saúde da planta e deve ser aplicado direto ao substrato ou borrifado nas folhas.

ESPÉCIE PROTEGIDA

Estabelecimentos são autorizados apenas a comercializar plantas originadas de estufas. Retirar as orquídeas da natureza é crime ambiental.

De acordo com a Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, em seu Art. 48, “receber ou adquirir, para fins comerciais ou industriais, madeira, lenha, carvão e outros produtos de origem vegetal (…)” é crime passível de detenção, de seis meses a um ano, e multa de R$ 5 mil por planta retirada.

A retirada dessa espécie da natureza foi inclusa na lei porque o país abriga 3500 dessas plantas identificadas e todas estão ameaçadas de extinção.

Para quem mora no Centro-oeste a espécie mais indicada de cultivo é a Encíclia.