Feijão e Pulses

Variedades de feijões crioulos têm resgate iniciado em Sobradinho/RS

A Emater/RS-Ascar iniciou o resgate de variedades crioulas de feijões em Sobradinho, na região Centro-Serra do RS, uma das mais tradicionais zonas de cultivo de feijão comum (preto) no RS


Publicado em: 20/06/2012 às 09:50hs

Variedades de feijões crioulos têm resgate iniciado em Sobradinho/RS

Na região, o feijão é uma das culturas mais rudimentares, mas com grande importância econômica e social. Variedades crioulas são aquelas que ainda não foram modificadas, seja pela biotecnologia ou por outros processos de melhoramento científico.

“A importância deste conjunto de ações está em localizar os agricultores que produzem sua própria semente e catalogar as diversidades que ocorrem em nossa região, fortalecendo sua importância e valorizando o esforço de nossos agricultores”, avalia a responsável pelo resgate e extensionista da área de Bem-Estar Social do escritório municipal da Emater/RS-Ascar de Sobradinho, Marinez Busatto.

A proposta inicial é organizar um grupo de famílias guardiãs de sementes, ou seja, um grupo de agricultores e agricultoras que farão o plantio, a colheita e a disseminação do grão. A aproximação inicial sobre o tema com os agricultores foi feita através de grupos de mulheres, os quais reúnem aproximadamente 35 famílias. Após o término desse trabalho, esse banco de dados estará disponível a atores locais (agricultores familiares, pesquisadores e profissionais da área) para que o processo de repasse de sementes e sua preservação continuem para outras gerações.

O trabalho também foi lançado em três escolas do interior. “Durante as palestras sobre educação alimentar nas escolas, fizemos levantamento de 16 variedades de feijões e o desafio foi aceito com muito entusiasmo pelas professoras e pelas crianças”, afirma Marinez Busatto. Os estudantes também serão convidados a participar de um grupo de guardiães juvenil, medida que “assegura a continuidade do banco de sementes”, diz Marinez.

De acordo com a extensionista, foram identificadas as espécies crioulas chumbinho, cavalo, enxofre, rosinha, carioca, turialba, IAC, UNA, BRS, valente, amendoim, milico, guabiju, moro e taquara. Os grãos foram recolhidos e expostos durante o Festival da Feijoada, enquanto as comunidades do interior do município realizavam reuniões sobre o resgate e troca de experiência sobre as diferentes formas de preparo e cozimento.

A volta às técnicas tradicionais recupera a cultura do campo, renova a relação do produtor com a terra, inclusive as manifestações étnicas e os festejos populares. “As mulheres e alunos das escolas do interior começaram o resgate nas reuniões e visitas de campo para recolher as amostras das sementes, trazendo o que plantam nas comunidades e fazendo o intercâmbio de sementes. E o que a experiência mostra é que ter semente própria e de qualidade é o primeiro passo para a produção agroecológica”, diz Marinez.

Feijão comum preto

O feijão é a principal fonte de renda para mais de 150 famílias da região, que executam todo o processo, desde o tratamento da terra, passando pela irrigação, até a colheita. Desse total, cerca de 25 famílias destinam a produção para o mercado e o restante, para subsistência. Os produtores também estão ampliando sua atuação ao vender o produto para a alimentação escolar através do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). De acordo com a Emater/RS-Ascar, aproximadamente 3,2 mil hectares são utilizados para plantação na região, sendo que, em Sobradinho, a área ocupada com a cultura atinge 200 hectares e a produção de feijão é de aproximadamente 162 toneladas/ano.

Fonte: Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar

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