Publicado em: 04/10/2024 às 19:40hs
O mercado de feijão carioca registrou uma semana de atividade lenta, marcada por uma demanda reduzida no varejo, apesar do abastecimento contínuo das regiões produtoras. De acordo com Evandro Oliveira, analista e consultor da Safras & Mercado, essa situação aumentou a competitividade entre os vendedores e resultou em cotações estáveis.
“Na segunda-feira, observou-se uma leve diminuição nas ofertas devido a vendas pontuais; no entanto, a qualidade dos lotes apresentou problemas, com a baixa umidade dificultando a comercialização. Feijões comerciais (nota 8) foram vendidos a R$ 205,00 por saca, enquanto o padrão extra atingiu R$ 275,00”, relatou Oliveira.
Nas regiões produtoras, conforme o analista, agricultores com maior capital têm optado por reter lotes menores, na expectativa de uma recuperação nos preços. Na terça-feira, houve uma correção nos preços do feijão nota 9,5, com quedas variando de R$ 5,00 a R$ 10,00 por saca, indicando que o mercado continua em uma postura de espera.
“A expectativa é que a alta nos preços do feijão preto favoreça o carioca, com consumidores migrando para essa alternativa, o que pode sustentar preços mais elevados nas próximas semanas”, estimou.
De acordo com Oliveira, o mercado de feijão preto enfrentou novamente uma pressão negativa, com compradores mais otimistas devido aos preços favoráveis. Na Zona Cerealista de São Paulo, os preços caíram abaixo de R$ 400,00 por saca, refletindo um aumento nas ofertas.
“Corretores do Paraná começaram a sondar o mercado, mas as cotações nas regiões produtoras permanecem relativamente estáveis, com produtores mantendo preços elevados, apesar da queda na demanda”, afirmou.
O analista aponta que a demanda enfraquecida foi o principal fator de pressão sobre os preços. O feijão preto nacional de melhor qualidade foi comercializado a R$ 390,00 por saca, enquanto o importado da Argentina ficou em torno de R$ 400,00. Os lotes comerciais variaram entre R$ 350,00 e R$ 360,00 por saca. Mesmo com o aumento das ofertas, a baixa demanda obrigou os vendedores a ajustar os preços.
Apesar da escassez do produto, os preços necessitaram de ajustes para manter o fluxo de vendas. No comércio exterior, o Brasil exportou 179,6 mil toneladas de feijão preto, gerando US$ 167,1 milhões, enquanto importou apenas 27,1 mil toneladas. O preço médio de exportação foi de US$ 832,18 por tonelada, enquanto o de importação alcançou US$ 890,66 por tonelada.
No Paraná, o plantio da primeira safra 2024/25 avançou, com 55% da área já semeada e 94% das lavouras em boas condições. “As expectativas para o último trimestre de 2024 indicam uma leve recuperação do mercado, impulsionada pela retomada das compras dos consumidores, o que pode melhorar o fluxo no varejo e elevar gradualmente os preços”, concluiu Oliveira.
Fonte: Portal do Agronegócio
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