Publicado em: 13/05/2013 às 14:50hs
A Conab – Companhia Nacional de Abastecimento divulgou na última quinta-feira, 9, uma produção recorde de grãos no Brasil: 185 milhões de toneladas. O patinho feio, no entanto, que não acompanha essa boa onda da produção de alimentos no País, é justamente um item que não pode faltar na mesa do brasileiro – o feijão – e que acaba tendo efeito no bolso do consumidor, substituindo o tomate como o “vilão da inflação”.
A área total plantada na safra 2012/13, de 2,95 milhões de hectares, é 9,5% menor que a passada (3,26 milhões de hectares), resultado de uma migração para culturas mais rentáveis, como soja e milho. Esse fator, aliado a condições adversas de clima (chuvoso no Sul e seco no Nordeste) e à infestação da mosca branca em algumas áreas produtoras (SP, MG e GO), é responsável por um recuo de 20% na produção de feijão, para 2,86 milhões de toneladas, menor volume desde 2001.
“O panorama é pouco favorável em termos de normalização da produção até o início do período de chuvas no Nordeste”, explica a engenheira agrônoma Ana Laura Menegatti, analista da consultoria MB Agro. Estados nordestinos, como Bahia e Pernambuco, são fortes produtores do grão. O maior produtor de feijão é, no entanto, o Estado do Paraná.
Produção menor significa preço maior, o que deve tornar a cultura atraente novamente para o agricultor. Em 9 de maio, os preços de referência do carioquinha no mercado atacadista de São Paulo estavam em torno de R$ 242 a saca de 60 kg, segundo o Instituto de Economia Agrícola (IEA).
O feijão tem pouco impacto na composição do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (0,43% apenas), mas tem poder disseminador de inflação para refeições dentro e fora de casa, pela sua frequência na dieta do brasileiro. Até 15 de abril, o preço do produto já tinha subido 5,06%. Em abril, chegou a ser oferecido em mercados em Recife por R$ 10 o quilo, preço duas vezes maior que no início do ano. No supermercado Pão de Açúcar, na capital paulista, o tipo 1 está custando entre R$ 6 e R$ 7.
Segundo a especialista da MB Agro, a oferta insuficiente leva ao aumento de preços (“lei da oferta e da procura”) e a Conab não deve ter tido condições de comprar para fazer o preço mínimo (estocagem) no ano passado, já que em 2012 o valor do saco do feijão no atacado permaneceu quase sempre acima do preço mínimo.
Fonte: CONAB - Companhia Nacional de Abastecimento
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