Publicado em: 20/12/2024 às 16:30hs
O mercado brasileiro de feijão carioca registrou fraco desempenho nesta semana, reflexo da baixa demanda e maior seletividade por parte dos compradores. Segundo Evandro Oliveira, consultor da Safras & Mercado, o volume de negócios foi limitado, mesmo nos dias de maior movimentação. A maior parte dos lotes negociados consistiu em grãos comerciais provenientes de Minas Gerais, São Paulo e Paraná.
No Paraná, o excesso de chuvas resultou em grãos menores e manchados, pressionando os preços e desestimulando os compradores. A escassez de feijões de alta qualidade (nota 9,5 ou superior) continua, com valores acima de R$ 270,00 por saca na Zona Cerealista de São Paulo, dificultando negociações.
“Os produtores têm intensificado a venda de lotes de qualidade inferior, receosos de novas quedas nos preços. Esse movimento, combinado com a retração no consumo no segundo semestre de 2025, deve elevar os estoques de passagem a níveis mais de 60% superiores aos do ano anterior. Apesar disso garantir o abastecimento, aumenta a pressão sobre os preços com a entrada da nova safra”, analisa Oliveira.
A expectativa é de maior dinamismo no mercado após os recessos de fim de ano, quando a oferta e a demanda poderão se equilibrar melhor frente aos estoques elevados.
O mercado de feijão preto seguiu lento, impactado pela típica redução da demanda antes das festas de fim de ano. No Paraná, a colheita avança gradualmente, mas a qualidade incerta dos grãos e as condições climáticas mantêm os compradores cautelosos, restringindo as negociações a volumes pontuais.
Os preços permaneceram estáveis, variando entre R$ 220,00 e R$ 240,00 por saca no Sul do Paraná e entre R$ 265,00 e R$ 275,00 por saca em São Paulo para lotes de maior qualidade.
“Houve relatos de vendas pontuais de feijão preto de boa qualidade no Paraná, com valores entre R$ 200,00 e R$ 220,00 por saca. No entanto, a previsão de um mês de janeiro chuvoso gera incertezas sobre a produtividade e a qualidade da safra, ampliando a postura de espera no mercado”, explicou Oliveira.
Com a perspectiva de maior oferta a partir de janeiro, cerca de um terço da primeira safra de 2025 será colhido já no início do ano, o que deve intensificar a pressão sobre os preços. Durante o pico da colheita, há possibilidade de as cotações caírem abaixo de R$ 200,00 por saca.
Ainda assim, as margens permanecem favoráveis para os produtores, considerando apenas os custos diretos de produção. “O comportamento do mercado dependerá do equilíbrio entre oferta e demanda, além das condições climáticas. O cenário, embora desafiador, oferece oportunidades para ajustes estratégicos”, concluiu Oliveira.
Fonte: Portal do Agronegócio
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