Publicado em: 02/12/2024 às 11:50hs
O mercado de feijão no Brasil manteve-se estável ao longo de novembro, com preços sem grandes variações e uma baixa movimentação nas negociações. Fatores climáticos adversos, como chuvas persistentes, impactaram negativamente a qualidade dos grãos, o que, por sua vez, influenciou a dinâmica comercial, tornando o mercado mais retraído.
Durante o mês, a demanda por feijões de melhor qualidade foi mais expressiva, com destaque para os lotes avaliados com notas 9 e 9,5, cujos preços variaram entre R$ 270,00 e R$ 290,00 por saca. Em contrapartida, os grãos de qualidade comercial, com defeitos como manchas e brotos, apresentaram menor aceitação no mercado, sendo comercializados por preços mais baixos, entre R$ 140,00 e R$ 150,00 por saca.
De acordo com Gabriel Viana, analista da Safras & Mercado, as chuvas persistentes no sudoeste de São Paulo representaram um dos maiores desafios para os produtores, resultando em lotes com coloração prejudicada e defeitos, o que diminuiu o interesse dos compradores. “Além de atrasar a colheita, as chuvas aumentaram o risco de perdas qualitativas nos grãos, gerando incertezas sobre a oferta futura”, afirmou. Embora o estado de São Paulo tenha enfrentado dificuldades, estados como Minas Gerais e Goiás se destacaram pela oferta de feijão de melhor qualidade, compensando parcialmente as limitações da região paulista.
Na sexta-feira (29), foram ofertadas 2,5 mil sacas de feijão, mas, até o fechamento do informativo, nenhuma unidade havia sido negociada, o que resultou na manutenção dos preços em níveis nominais. A escassez de feijão de alta qualidade, como os lotes extra, nota 9 e 9,5, também contribuiu para a baixa atratividade do mercado.
O mercado de feijão preto permaneceu travado, com os preços do produto nacional oscilando entre R$ 240,00 e R$ 290,00 por saca, enquanto o feijão importado da Argentina ultrapassou R$ 300,00. Apesar da valorização cambial que favoreceu as exportações, a demanda interna seguiu enfraquecida.
A aproximação da nova safra no Sul do Brasil exerceu pressão adicional sobre os preços. Os grãos de qualidade superior foram comercializados entre R$ 320,00 e R$ 330,00 por saca, enquanto os de menor qualidade variaram entre R$ 240,00 e R$ 270,00.
Os feriados ao longo do mês contribuíram para a retração no consumo no varejo e uma consequente redução nas negociações. A maior parte das ofertas consistiu de feijões comerciais, de qualidade limitada, o que, somado à cautela dos compradores, resultou em um mercado de baixa liquidez. Lotes de feijão extra, nota 9 e 9,5, eram escassos, o que reduziu ainda mais o apelo para as transações comerciais.
Evandro Oliveira, analista e consultor da Safras & Mercado, destaca que, com a previsão de melhora climática em São Paulo, espera-se que a colheita possa ganhar ritmo nas próximas semanas, embora as preocupações com a qualidade dos grãos ainda permaneçam. No caso do feijão preto, a redução da diferença de preços em relação ao feijão carioca pode impulsionar a demanda interna, enquanto o mercado externo deve continuar a aproveitar o câmbio favorável.
Fonte: Portal do Agronegócio
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