Feijão e Pulses

Dias de campo orientam sobre a cultura do feijão

Coopavel e Iapar realizaram, durante o mês de maio, uma série de dias de campo sobre o cultivo do feijoeiro


Publicado em: 23/05/2012 às 08:05hs

Dias de campo orientam sobre a cultura do feijão

O objetivo é incluir a cultura no sistema de produção das propriedades da região como mais uma opção de renda, mas sem que haja interferência na safra normal de soja e de milho. Em Espigão Azul o encontro foi na propriedade do associado Elci Dalgallo, que plantou nessa safra uma área de 428 hectares. Destes destinou uma pequena parte para as parcelas experimentais do Iapar/Coopavel, onde foi demonstrado as cultivares indicadas para a região.
 
Explicação - A pesquisadora da área de melhoramento genético do Iapar e do programa feijão, Vânia Cirino, foi quem explicou o assunto aos agricultores e técnicos da cooperativa, presentes no evento. De acordo com ela, o ideal é que o produtor procure respeitar as datas de semeadura indicadas pelo zoneamento agrícola, que são de Agosto a Setembro para a safra das águas e, de Janeiro a Fevereiro para a safrinha. “Ao optar pela safrinha, a semeadura no período indicado vai evitar que a cultura fique exposta a fatores climáticos estressantes nas épocas mais críticas, que são a fase de florescimento e formação de vagem”.
 
Temperaturas noturnas - De acordo com Vânia, o feijão não suporta temperaturas noturnas acima de 28°C nas fases de florescimento a granulação, o que acaba provocando o abortamento produtivo e diminui a produtividade e a qualidade do grão. “Também é importante que a colheita não coincida com o período chuvoso”, explica ela ao ressaltar os vários fatores para os quais é importante seguir  as recomendações de época de semeadura.
 
Falta de chuvas - Na lavoura onde estava sendo feito o dia de campo, a época de plantio em algumas áreas, coincidiu com a falta de chuva no início de florescimento e ainda sofreu com uma geada ocorrida no dia 1º de Maio, que acabou afetando tanto a flor quanto a vagem em formação.  Mesmo assim, se não houver outras ocorrências prejudiciais, essa lavoura ainda tem potencial para produzir entre 100 a 110 sacas por hectare, avalia Vânia. Porém, numa lavoura conduzida com todos os tratos culturais adequados e em condições climáticas ideais, a produtividade pode chegar de 140 a 150 sacas por alqueire.
 
Bom para a região - O Iapar possui atualmente 16 cultivares de feijão. Dessas, sete são indicadas para o cultivo nas Regiões Oeste e Sudoeste do Paraná – área de ação da Coopavel.  A seleção das cultivares é feita mediante o clima e a incidência de doenças e pragas locais.
 
Lançamentos - No dia de Campo também foram apresentadas cultivares em lançamento, para lavouras precoces, que fecham o ciclo em 75 dias a contar da germinação. “Isso é importante porque o produtor tem tempo para colher antes da ocorrência de geadas”, explicou a pesquisadora ao enfatizar o resultado de uma lavoura depende de uma sequência de fatores, que começa justamente com a escolha da cultivar adequada, que seja a mais adequada ao clima e ao solo da região, a mais resistente às doenças que ocorrem na região e que ainda apresente um bom rendimento e boa qualidade do grão.
 
Zoneamento - Com a semente já selecionada, estão é preciso seguir o zoneamento de plantio, fazer a adubação correta, semear com equipamento regulado e fazer os tratos culturais recomendados para o controle de pragas, doenças e invasoras.  Vânia também chamou a atenção para a rotação de culturas entre oleaginosas e gramíneas e os cuidados na colheita. “Não adianta dar tudo certo durante o desenvolvimento da lavoura e na não cuidar na hora de colher”, disse, referindo-se à regulagem da colhedeira e o transporte, que podem prejudicar o grão. A colheita antes do ponto ideal também representa umidade e qualidade prejudicada.
 
 Além da lavoura  - O produtor de hoje precisa pensar além da porteira. Tem que saber como é o comportamento do consumidor. “Em termos de feijão, por exemplo, antes de comprar, as donas de casa querem saber se o produto que lhe agrada pelo sabor, pelo aroma, pelo tempo de cozimento, se engrossa o caldo, e, sendo carioca, se não escurece logo após o cozimento”. Essas características, segundo Vânia, são exigências que precisam ser revistas por quem cultiva o feijão, e começa lá na escolha da cultivar. O que significa que o produtor precisa conhecer as características da semente antes de semeá-la. “O Uirapuru, por exemplo, é uma cultivar que atende a todas essas características e é bem indicada para a semeadura nessa região”, afirmou. Ao final, o pesquisador Luiz Antonio Zanão, falou aos participantes sobre fertilidade do solo ideal para o cultivo do feijoeiro.
 
 Dica  – Ao optar pelo plantio do feijão tipo carioca, é importante colher e vender logo em seguida, para evitar que escureça no armazém e seja desvalorizado na comercialização.

Fonte: Imprensa Coopavel

◄ Leia outras notícias