Feijão e Pulses

Clima e pragas afetam a produção de feijão em MG

A infestação de pragas e doenças como a mosca-branca afeta ainda mais o rendimento e a qualidade


Publicado em: 18/02/2013 às 14:00hs

Clima e pragas afetam a produção de feijão em MG

O clima adverso e a infestação de pragas estão comprometendo a produção da primeira safra de feijão em Minas Gerais. Em Unaí, no Noroeste do Estado, de acordo com dados da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), as perdas estão sendo registradas tanto na produtividade quanto na qualidade, o que limita a oferta do grão. Com a redução próxima a 25%, os preços do feijão foram novamente alavancados.

De acordo com o engenheiro agrônomo e extensionista da Emater-MG, unidade local de Unaí, Reinaldo da Silva Martins, o veranico registrado entre dezembro e janeiro foi um dos principais fatores que comprometeram o desenvolvimento da cultura na região, que é a maior produtora do Estado.

Além disso, a infestação de pragas e doenças como a mosca-branca está afetando ainda mais o rendimento e a qualidade do feijão produzido na primeira safra do ano.

"A colheita do feijão ainda está no início, mas os produtores já registram perdas significativas na primeira safra. Além do veranico, a infestação de pragas é grande e compromete ainda mais a cultura. Devido ao alto índice de pragas e doenças, o plantio da safra de inverno deverá atrasar, uma vez que o clima frio inibe o desenvolvimento de pragas", disse Martins.

Próxima - A segunda safra do ano deve ser plantada entre março e abril e grande parte da produção é irrigada devido ao baixo índice de chuvas. A maioria dos produtores de pequeno porte, que investem na primeira safra do ano no feijão, passarão a investir no sorgo, que é mais resistente a estiagem.

Segundo a primeira sondagem feita pelos produtores na região de Unaí, as perdas já comprometem em torno de 25% da produção. A produtividade média que era de 40 sacas de 60 quilos por hectares foi reduzida para 10 sacas.

"As perdas são bem significativas e os prejuízos altos. A tendência é que os preços se mantenham valorizados, o que será proporcionado pela demanda maior que a oferta", afirmou.

O levantamento da Emater-MG mostra que, na última semana, a saca de 60 quilos do feijão de alta qualidade na região de Unaí é comercializada em torno de R$ 250. O valor é suficiente para cobrir os custos de produção e gerar lucro. Nas demais áreas produtoras, os preços variam entre R$ 220 e R$ 233 por saca de 60 quilos no Norte, e entre R$ 173 e R$ 200 nas demais regiões produtoras do Estado.

País - Os problemas identificados na cultura em Minas Gerais também são registrados em outras regiões produtoras, o que contribui para a sustentação dos preços, mesmo diante a possibilidade de produção maior no país. De acordo com a Emater-MG, a colheita da primeira safra já foi iniciada e problemas climáticos como a estiagem na região de Irecê na Bahia e outras intempéries no Centro-Sul do país, levaram a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) a uma estimativa de acréscimo de apenas 4% em relação ao ano anterior, portanto menor que a estimativa do levantamento de janeiro, que previa um aumento de 4,8% na produção.

Segundo o quinto levantamento da safra de grãos 2012/13 da Conab, Minas Gerais - que é o segundo maior produtor de feijão primeira safra e responde por 13,34% do volume total da safra brasileira - apresentou um crescimento de 2,8% da área cultivada, chegando a 186,7 mil hectares, motivado sobretudo pelo mercado favorável e pela expectativa de rentabilidade da cultura.

O plantio só não foi maior devido aos elevados riscos de perdas quantitativas e qualitativas associados a problemas climáticos, além da concorrência com culturas como a do milho e da soja, que vêm apresentando boas perspectivas de mercado. A previsão inicial é de uma produção de 239 mil toneladas, volume 9,2% superior ao colhido na safra anterior.

Fonte: Diário do Comércio

◄ Leia outras notícias