Publicado em: 18/11/2024 às 11:20hs
O Brasil registrou um novo marco histórico nas exportações de feijão, atingindo 247 mil toneladas exportadas em outubro, um total correspondente a US$ 259 milhões. Este feito, alcançado em um ano de dificuldades nos portos e com o aumento significativo nos custos de frete, destaca o crescimento contínuo do setor feijoeiro brasileiro.
O sucesso das exportações é fruto de uma estratégia de longo prazo iniciada em 2010, quando o Brasil começou a exportar feijão, com um valor modesto de apenas US$ 4 milhões. Desde então, instituições como a EMBRAPA, o IAC e o IDR têm investido no desenvolvimento de variedades de feijão voltadas para o mercado externo. Entre os destaques estão o feijão-mungo verde e o mungo-preto, que, juntos, representam 53,98 mil toneladas exportadas até outubro. Já os feijões vermelhos e rajados alcançaram 46 mil toneladas.
O feijão caupi, conhecido também como Tumucumaque ou Nova Era, tem sido outro exemplo de sucesso no mercado internacional, com 76 mil toneladas exportadas este ano. Este tipo de feijão, cultivado no Brasil desde 2005, é frequentemente plantado na entressafra, sendo apreciado por seu ciclo curto e rusticidade, características que o tornam ideal para o sistema produtivo brasileiro.
Outro grande destaque é o feijão-preto, que, após anos de melhorias genéticas, encontrou um mercado significativo no exterior, com 79 mil toneladas exportadas até outubro. Enquanto isso, o feijão-carioca, tradicionalmente preferido pelos consumidores brasileiros e responsável por mais de 65% da produção e consumo interno, continua a ser um desafio para os produtores. Isso se deve à falta de um mercado internacional robusto para absorver os excedentes desse tipo de feijão, o que leva os agricultores a preferirem variedades que atendam tanto ao mercado interno quanto ao externo.
A cadeia produtiva do feijão também se beneficia da atuação dos exportadores, que têm investido na ampliação do mercado internacional e na busca por novas formas de comercialização. Com o apoio da APEX, foi criado o projeto Brazil Superfoods – Beans and Sesame, que visa promover o feijão e o gergelim brasileiros fora do país. Este esforço tem permitido aos exportadores garantir a liquidez para os produtores e assumir os riscos de operar nos mercados globais. A prática de vender feijão com preço fixado é cada vez mais valorizada pelos agricultores, que buscam segurança diante dos custos crescentes e da volatilidade dos preços.
Após atender à demanda interna, os excedentes de feijão têm sido exportados, e agora a expectativa se volta para os volumes que poderão ser enviados nos últimos dois meses do ano. Para aproveitar essa crescente tendência de internacionalização, é fundamental que os produtores conheçam as cultivares recomendadas para suas regiões e busquem parcerias com exportadores, que muitas vezes oferecem suporte com contratos e até mesmo com fornecimento de insumos.
Participar de eventos como o Pulse Day, organizado pelo IBRAFE, é uma excelente oportunidade para os produtores conhecerem novas cultivares, técnicas de manejo e estreitarem relações com exportadores. Além disso, feiras internacionais, como a Gulfood, que acontecerá em fevereiro, são importantes para ampliar o networking e compreender o funcionamento dos mercados globais, onde países como Argentina, Estados Unidos, Canadá e Etiópia negociam feijão há anos.
Fonte: Portal do Agronegócio
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