Publicado em: 20/11/2023 às 15:20hs
Os desafios para a obtenção de maiores margens de rentabilidade na operação agrícola aumentam a cada safra, sobretudo no setor sucroenergético, um dos mais competitivos do país. De acordo com o 1º levantamento da safra de cana-de-açúcar 2022/2023 elaborado pelo Conab – Companhia Nacional de Abastecimento, divulgado em maio deste ano, a produtividade nacional será em média 3,2% superior à da safra 2021/22, com um aumento da produção de 1,9%, num total de 596,1 milhões de toneladas, apesar da redução da área colhida de 1,3%.
Tal crescimento, aponta o relatório, é resultado de um clima mais favorável que o ocorrido no último ciclo, além de estar condicionado em boa medida às melhorias do sistema de manejo, melhores práticas agrícolas e adesão a novas tecnologias em quase todos os estados produtores que tiveram os melhores resultados.
Pressionado pelo preço dos principais insumos, o produtor sucroalcooleiro precisa, portanto, ser cada vez mais eficiente visando alcançar o melhor potencial produtivo da cultura e, com isso, reduzir seus custos de produção. Assim, ao tratar de temas como produtividade e rentabilidade do canavial, é preciso também compreender as etapas do desenvolvimento da cultura com o objetivo de adotar a melhor prática de manejo para cada fase.
Ao longo de seu crescimento vegetativo, a cana-de-açúcar atinge o máximo de área foliar, apresentando um crescimento mais rápido e vigoroso em termos de biomassa. Na região Centro-Sul, por exemplo, que abrange dez estados brasileiros e é a maior do país em produção, com cerca de 539,5 milhões de toneladas, a cana apresenta, entre os meses de outubro a fevereiro, o seu maior crescimento percentual de TCH. Nesse período, as canas precoces, médias e tardias podem acumular mais de 70% de toda a biomassa (TCH) colhida. Ao mesmo passo, a demanda por nutrientes é maior nesse momento, acompanhando a extração da cultura conforme seu crescimento.
Nesse contexto, a nutrição mineral de plantas, de forma equilibrada na fase vegetativa da cana-de-açúcar, torna-se uma aliada imprescindível para potencializar os ganhos durante o período de máximo crescimento. Nesse estágio de desenvolvimento, a cultura centraliza seu metabolismo na produção de fotoassimilados, destinando boa parte de seu saldo energético para o crescimento e o desenvolvimento de folhas e colmos. Todos esses processos fisiológicos são dependentes do adequado balanço nutricional da planta, e o fornecimento de nutrientes nessa fase contribui para o aumento de TCH.
Nesse sentido, o mercado de nutrição foliar já apresenta opções diversificadas para fornecer de maneira balanceada todos os nutrientes necessários ao longo do ciclo de desenvolvimento da cana. No entanto, é necessário sempre estar atento às tecnologias disponíveis, pois a exigência nutricional nesse período é acelerada e é preciso entregar nutrientes disponíveis para a planta, em formulações que aumentem a eficiência de absorção e aproveitamento nos processos fisiológicos.
Nutrientes como zinco, cobre e manganês são fundamentais no processo fotossintético do vegetal. O boro atua no metabolismo de carboidratos e tem funções estruturais na planta. O aporte de nitrogênio potencializa o ganho de biomassa nessa fase. O molibdênio, por sua vez, quando aplicado durante o período vegetativo, é um micronutriente essencial para o metabolismo do nitrogênio, potencializando sua eficiência.
Com a cana-de-açúcar figurando entre os principais cultivos do Brasil, de grande importância econômica e social, a adoção de tecnologias que tragam maior produtividade é fundamental para o produtor, que busca obter maior eficiência operacional e, consequentemente, aumento de sua rentabilidade.
Evandro Marques Ferronato é engenheiro-agrônomo e Coordenador de Desenvolvimento Técnico de Mercado na Ubyfol.
Fonte: Ubyfol
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