Publicado em: 16/04/2025 às 18:00hs
Produção de cana atinge novo recorde em Minas Gerais
Pelo segundo ano consecutivo, a produção de cana-de-açúcar em Minas Gerais atingiu um novo recorde. De acordo com dados divulgados pela Associação da Indústria da Bioenergia e do Açúcar de Minas Gerais (Siamig Bioenergia), a moagem chegou a 83,1 milhões de toneladas, superando em 4% o volume processado na safra anterior, que até então detinha o maior índice da história do estado.
O bom desempenho foi possível graças à dedicação do setor e aos investimentos contínuos, que possibilitaram a superação dos desafios climáticos enfrentados durante o ciclo.
Apesar dos bons resultados, a safra 2024/25 foi marcada por condições climáticas adversas. Segundo o presidente da Siamig Bioenergia, Mário Campos, o Estado enfrentou uma seca severa, com mais de 100 dias consecutivos sem chuvas em algumas regiões. A estiagem também favoreceu a ocorrência de incêndios rurais, que afetaram lavouras e unidades industriais.
Mesmo diante desse cenário desafiador, o setor conseguiu alcançar marcas históricas. “Superamos a marca de 83 milhões de toneladas processadas, tivemos recorde de produção e de açúcar. A produção de etanol também cresceu, ainda que sem atingir um novo recorde. Foi uma safra atípica, mas a seca prolongada acabou favorecendo o aproveitamento do tempo operacional”, afirmou Campos.
A superação dos obstáculos climáticos só foi possível graças à resiliência do setor e à adoção de tecnologias e inovações nas usinas. Campos destaca que o bom resultado reflete “a competência das usinas, o trabalho no campo e a capacidade de inovação do setor”, mesmo diante dos desafios impostos pela seca intensa e pelos focos de incêndio registrados ao longo do ano passado.
Além da moagem recorde, Minas Gerais também alcançou números expressivos na produção de açúcar e etanol. Segundo a Siamig Bioenergia:
No detalhamento do etanol:
Em relação ao mix de produção, a safra 2024/25 destinou 50% da cana ao açúcar, índice 1 ponto percentual abaixo do registrado no ciclo anterior. Segundo Mário Campos, a pureza da cana ficou abaixo do esperado, o que prejudicou a cristalização da sacarose, impactando diretamente na fabricação de açúcar.
Além disso, as chuvas ocorridas entre outubro e dezembro favoreceram a disponibilidade de matéria-prima até março, o que colaborou para o aumento no volume total processado.
Para a próxima safra, 2025/26, o setor adota uma postura cautelosa, principalmente devido às chuvas irregulares registradas nos primeiros meses do ano e ao início do período seco em abril. A expectativa é de uma quebra na produtividade, embora haja previsão de aumento na área plantada, fruto da expansão registrada nos últimos anos.
“Devemos ter redução de produção, mas ainda não é possível mensurar essa queda”, ressalta Campos. A expectativa é de um maior volume proporcional de açúcar frente ao etanol, impulsionado pelos investimentos recentes em unidades produtoras e pela entrada em operação de novas fábricas de açúcar.
Fonte: Portal do Agronegócio
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