Cana de Açucar

Manejo de palha de cana e de plantas daninhas é destaque no Showtec

Para demonstrar ao público do 17º Showtec que práticas conservacionistas resultam em ganhos ambientais e econômicos, a Embrapa participou durante os três dias do evento, em Maracaju, MS, de giros e mostras tecnológicas


Publicado em: 31/01/2013 às 10:40hs

Manejo de palha de cana e de plantas daninhas é destaque no Showtec

Os temas deste ano foram sistemas integrados, parcerias para diversificação, sistemas produtivos de soja e milho safrinha, fundamentos e experiências na agricultura irrigada, desafios e avanços tecnológicos e cenários do agro nas cadeias produtivas.

Na Mostra de Tecnologia “Cana-de-açúcar em Mato Grosso do Sul”, realizada no primeiro dia do evento, 23 de janeiro, o pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados, MS), Júlio Salton, ministrou a palestra sobre manejo da palhada na cultura da cana-de-açúcar de Mato Grosso do Sul. Nessa mostra também participaram o administrador de empresas Alexandre Sulino, da Biosev, que falou sobre novos clones e variedades; e o engenheiro agrônomo da UEMS Laércio Alves, que abordou o tema vinhaça.

O estudo da Embrapa avaliou os impactos da retirada total, parcial e da não retirada da palhada sobre o rendimento e qualidade da cana e sobre as características do solo, depois da colheita mecanizada.

Após a avaliação de vários fatores, como quantidade e dinâmica da matéria orgânica, densidade e porosidade do solo e atividade e diversidade biológica, a pesquisa evidenciou que a retirada total não é recomendada, porque a ausência de palha no solo promove a perda de matéria orgânica por emissão de CO2, provoca maior oscilação de temperatura, diminui a biomassa microbiana do solo e reduz a diversidade biológica

Outra observação apontada é que a palha apresenta funções vitais à conservação do solo e funciona como uma camada que amortece o impacto dos tratores e caminhões na lavoura, evitando a compactação do solo.

“O solo apresenta um complexo sistema de poros, com ar em seu interior e as raízes precisam crescer nesses espaços, se esses poros forem compactados ou reduzidos, as raízes não se desenvolvem adequadamente, e isso prejudica o crescimento das plantas”, explicou Salton.

Manejo de plantas daninhas

No Giro sobre desafios e avanços tecnológicos, realizado no último dia de Showtec, em 25 de janeiro, o pesquisador Germani Concenço, da Embrapa Agropecuária Oeste, falou sobre as plantas daninhas resistentes a herbicidas.

Entre as principais plantas infestantes de difícil controle estão a buva e o campim-amargoso. Segundo o pesquisador, uma das providências iniciais de métodos de controle está a atuação do produtor e do técnico no banco de sementes das invasoras. O ideal é que seja realizado o controle das plantas daninhas durante o ano todo, com processos diversificados. Outra recomendação é a rotação de herbicidas com diferentes mecanismos de ação e a aplicação sobre plantas novas, que são mais eficientemente controladas.

São indicados também pela pesquisa, por serem métodos altamente diversificados e sustentáveis, a rotação de culturas, a cobertura do solo na entressafra, a Integração Lavoura-Pecuária (iLP) e os consórcios de cultivos.

“Com todas essas alternativas, o que se percebe é que, após o início do manejo correto e da diversificação do ambiente, uma área altamente infestada por plantas daninhas terá o número de sementes no solo bem reduzido entre três e cinco anos”, afirmou Concenço.

Nesse mesmo giro, o engenheiro agrônomo Carlos Pitol, da Fundação MS, falou sobre o posicionamento das variedades de soja e o engenheiro agrônomo Élvio Rodrigues, da Fazenda Monte Alto, contou sua experiência com agricultura de precisão.

Fonte: Embrapa Agropecuária Oeste

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