Cana de Açucar

Conab prevê queda de 4,8% na produção de cana-de-açúcar da safra 2024/25, impactada por condições climáticas adversas

Aumento na área colhida não compensa redução na produtividade e no rendimento das lavouras


Publicado em: 28/11/2024 às 11:10hs

Conab prevê queda de 4,8% na produção de cana-de-açúcar da safra 2024/25, impactada por condições climáticas adversas

A produção de cana-de-açúcar do Brasil na safra 2024/25, estimada em 678,67 milhões de toneladas, sofrerá uma queda de 4,8% em relação ao ciclo anterior, conforme o terceiro levantamento divulgado nesta quinta-feira (28) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Embora a área destinada à colheita tenha crescido 4,3%, alcançando 8,7 milhões de hectares, a produtividade média caiu, com uma previsão de 78.048 kg/ha, o que representa uma redução de 8,8% em comparação à safra passada.

Os principais fatores que explicam essa diminuição incluem as condições climáticas desfavoráveis, como a escassez de chuvas e o aumento das temperaturas, especialmente nas regiões Centro-Sul, responsáveis por 91% da produção nacional. Além disso, as queimadas nos canaviais durante o ciclo de produção também impactaram negativamente o rendimento das lavouras.

Desempenho regional da produção

A região Sudeste, maior produtora de cana do país, prevê uma redução de 7,4% na safra 2024/25, com uma estimativa de 434,48 milhões de toneladas. O estado de São Paulo, o maior produtor, será o principal responsável por essa queda, com uma redução de 35,24 milhões de toneladas. Apesar disso, a área destinada à colheita no Sudeste deve crescer 5,7%, totalizando 5,39 milhões de hectares, embora a produtividade caia 12,3%, com previsão de 80.650 kg/ha.

No Centro-Oeste, a produção de cana-de-açúcar deverá alcançar 148,62 milhões de toneladas, um aumento de 2,5% em relação à safra anterior. A área destinada à colheita crescerá 3,9%, somando 1,85 milhão de hectares. No entanto, a produtividade média da região terá uma leve queda de 1,3%, com previsão de 80.451 kg/ha.

A região Nordeste verá um aumento de 2,2% na produção, com estimativa de 57,72 milhões de toneladas. Já no Sul, a produção deverá sofrer uma queda de 12,8%, totalizando 33,76 milhões de toneladas, devido à redução da produtividade e da área cultivada. No Norte, responsável por 0,6% da produção nacional, a produção crescerá 3,8%, com uma estimativa de 4,09 milhões de toneladas, sendo que a colheita já foi concluída em 93%.

Produção de subprodutos

A produção de açúcar deverá totalizar 44 milhões de toneladas, o que representa uma queda de 3,7% em relação à safra 2023/24, devido à menor disponibilidade de cana para moagem. Em regiões como o Centro-Sul e o Norte, a moagem nas unidades sucroenergéticas está quase concluída, o que confirma a expectativa de redução na produção de açúcar. Apesar disso, a moagem no Nordeste e em outras áreas segue em andamento, mas a menor oferta de matéria-prima afeta a produção.

Em relação ao etanol, a produção total (incluindo derivado da cana-de-açúcar e do milho) deve atingir 36,08 bilhões de litros, um aumento de 1,3% em comparação à safra anterior. No entanto, o etanol proveniente da cana-de-açúcar terá uma queda de 2,8%, com uma previsão de 28,86 bilhões de litros, devido às condições climáticas desfavoráveis. Já o etanol a partir do milho deverá crescer 22,1%, com uma previsão de 7,22 bilhões de litros, sendo 2,87 bilhões de litros de etanol anidro e 4,35 bilhões de litros de etanol hidratado.

Mercado externo e perspectivas

No mercado internacional, o açúcar brasileiro continua com boa demanda, com exportações superando 23,1 milhões de toneladas, um aumento de 23% em relação ao mesmo período da safra anterior. Apesar da retração na produção nacional, o volume exportado alcançou o maior número da série histórica. No entanto, o valor das exportações caiu 10%, devido ao aumento da oferta de açúcar de países como Tailândia, China e Índia.

Por outro lado, as exportações de etanol caíram 25,3%, totalizando 1,08 bilhão de litros na safra 2024/25. A Coreia do Sul segue como o principal destino, recebendo 43% do volume exportado, seguida pelos Estados Unidos e Holanda, que, juntos, representam 68% do total. As previsões indicam que, nos próximos meses, os preços do açúcar no mercado internacional tendem a sofrer pressão baixista, enquanto no mercado doméstico os preços devem se manter firmes, sustentados pela boa demanda externa e pela redução na produção interna.

Os dados completos do 3º Levantamento da Safra 2024/2025 de cana-de-açúcar estão disponíveis no Boletim da Conab.

3º Levantamento da Safra 2024/2025

Fonte: Portal do Agronegócio

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