Publicado em: 19/09/2013 às 15:20hs
É o que aponta um estudo desenvolvido por pesquisadores da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Jaboticabal, realizado com apoio do Programa FAPESP de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais (PFPMCG).
Os resultados foram apresentados no dia 12 de setembro durante a 1ª Conferência Nacional de Mudanças Climáticas Globais (Conclima), realizada em São Paulo. “As emissões de GEE’s por unidade de área plantada de cana em São Paulo estão caindo por causa da conversão de áreas de cana queimada para cana crua,” afirma Newton La Scala Júnior, professor da Unesp e coordenador do estudo.
De acordo com dados apresentados pelo pesquisador, obtidos pelo Projeto Canasat do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), dos 4.658.316 hectares de cana colhidos na safra 2012, 1.277.003 hectares (27,4%) foram por queima e 3.381.313 (72,60%) mecanicamente. Em 2006, 65,76% dos canaviais foram colhidos com o uso de fogo e 34,24% com o uso de máquinas.
Caso este ritmo seja mantido nos próximos anos, o setor poderá contribuir com mais da metade da meta de redução das emissões de GEE’s de São Paulo. Em 2006, por exemplo, foram emitidos aproximadamente 2,3 mil quilos por hectare de CO2 e em 2012 esse número caiu para 2,1 mil quilos por hectare.
Segundo o gerente de Economia e Análise setorial da UNICA, Luciano Rodrigues, a necessidade de crescimento acelerado da colheita mecanizada se constituiu em um grande desafio para o setor: “A mecanização promoveu mudanças consideráveis no sistema de produção da cana-de-açúcar, com investimentos da ordem de US$ 4,5 bilhões para a compra de máquinas e equipamentos, treinamento de operadores, entre outros.” Com isso, intensificou-se o papel da cana-de-açúcar, fonte de energia limpa e renovável, na mitigação das emissões de gases causadores do efeito estufa, acrescentou.
O Protocolo Agroambiental estabelece uma série de compromissos e diretivas técnicas relacionadas à indústria sucroenergética do Estado. Uma delas refere-se à antecipação legal do fim da colheita de cana com o uso de fogo até 2014 nas área mecanizáveis (planas) e até 2017 para áreas consideradas não mecanizáveis com a tecnologia existente, com inclinação superior a 12 graus. Se o setor observasse apenas a lei vigente e não o Protocolo, o fim da queima em áreas planas só ocorreria em 2021 e nas mais inclinadas em 2031.
Fonte: UNICA
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