Cana de Açucar

Bioestimulantes combinando ácidos húmicos e fúlvicos impulsionam produtividade da cana-de-açúcar

Pesquisas apontam aumento significativo no rendimento por hectare e melhoria no enraizamento


Publicado em: 23/04/2024 às 08:30hs

Bioestimulantes combinando ácidos húmicos e fúlvicos impulsionam produtividade da cana-de-açúcar

Bioestimulantes à base de ácidos húmicos e fúlvicos estão contribuindo para aumentar a produtividade da cana-de-açúcar, segundo estudos conduzidos pelo pesquisador Chryz Serciloto, engenheiro agrônomo e doutor em fisiologia e bioquímica de plantas. A pesquisa, realizada em diferentes regiões de cultivo, revelou que a aplicação desses compostos pode resultar em ganhos de até 20 toneladas por hectare.

Serciloto, que lidera a Estação de Pesquisa e Consultoria Agrosynthesis, em Leme, São Paulo, destacou a crescente adoção dos bioestimulantes entre os produtores de cana. Atualmente, de 30% a 40% da cana plantada no Brasil recebe aplicações de bioestimulantes, refletindo uma tendência positiva no uso desses produtos para melhorar a saúde das plantas e aumentar a produtividade.

Os bioestimulantes à base de ácidos húmicos e fúlvicos atuam diretamente na rizosfera, a região do solo ao redor das raízes da cana-de-açúcar. Segundo Serciloto, essas substâncias facilitam a absorção de nutrientes, melhoram a sinergia com microrganismos do solo e estimulam o vigor do enraizamento, favorecendo o desenvolvimento da planta.

Ácidos húmicos e fúlvicos possuem propriedades únicas que os tornam especialmente eficazes para a agricultura. Ácidos húmicos, por exemplo, têm cargas negativas que aumentam a absorção de nutrientes catiônicos como cálcio, potássio, magnésio, e outros minerais essenciais como zinco, cobre, ferro e manganês. Eles também liberam fósforo, um elemento limitante para o desenvolvimento da planta. Além disso, estimulam a produção de auxina, um hormônio responsável pelo crescimento das raízes.

Por outro lado, ácidos fúlvicos, compostos mais reativos devido ao seu menor tamanho molecular, possuem menor durabilidade no solo. Por isso, Serciloto sugere o uso de bioestimulantes que combinem um equilíbrio adequado entre ácidos húmicos e fúlvicos para obter o melhor resultado.

A fonte de ácidos húmicos e fúlvicos é um aspecto importante a ser considerado. De acordo com o pesquisador, a matéria-prima de maior qualidade para esses compostos é a leonardita, um mineral encontrado em jazidas ricas em regiões secas do Hemisfério Norte, como México, Estados Unidos, Romênia e Turquia.

Apesar do uso predominante em cana-planta, o emprego de bioestimulantes na cana-soca tem crescido, uma tendência que se intensificará devido à estagnação da produtividade média da cultura ao longo dos anos. A cana-de-açúcar é uma cultura suscetível a impactos adversos decorrentes do tráfego intenso de maquinário, compactação do solo e ataques de pragas como nematoides, cigarrinhas e cupins. Os bioestimulantes à base de ácidos húmicos têm demonstrado eficácia em todos os ambientes de produção, especialmente nos solos menos férteis e sujeitos a restrições hídricas.

Serciloto conclui que os bioestimulantes aplicados no sulco de plantio podem aumentar a produtividade em 8% a 10%, com efeitos positivos também em soqueiras de cana. Esses resultados demonstram que a adoção de bioestimulantes pode ser uma solução eficaz para impulsionar a produtividade e a longevidade dos canaviais, especialmente em um momento em que a produção de cana-de-açúcar busca novas estratégias para superar desafios e maximizar seu potencial.

Fonte: Portal do Agronegócio

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