O plantio de cana-energia em ambientes restritivos é a aposta no Brasil da Nuseed, braço de melhoramento genético e inovação do grupo australiano Nufarm. A empresa espera que suas variedades de cana-energia Vertix atendam 4% de área cultivada com cana-de-açúcar no Centro Sul e Nordeste nos próximos anos. Hoje, os materiais da Nuseed estão em 10 mil hectares, aproximadamente, em 48 usinas que buscam melhores produtividades em áreas desafiadoras.

De acordo com Ricardo Bendzius, diretor de bioenergia em cana-de-açúcar da Nuseed no Brasil, a empresa mantém o único programa de melhoramento genético no país direcionado aos ambientes restritivos, caracterizados por solos arenosos, com baixa fertilidade e déficit hídrico. 

Atualmente, 65% dos 10 milhões de hectares cultivados com cana no Brasil estão em ambientes com clima e condições de solo desfavoráveis. São áreas que, segundo Bendzius, não possuem vocação para a produção de alimentos, por isso, o cultivo de cana-energia seria uma alternativa rentável.

Para acelerar a adoção de seus cultivares no Brasil, a Nuseed planeja investir R$ 75 milhões em pesquisa e inovação, prestação de serviços e em projetos inovadores para acelerar suas metas Netzero nos próximos cinco anos. “Isso colocará a empresa como a quarta maior companhia em termos de investimento em pesquisa e melhoramento genético para o setor sucroenergético no Brasil”, explica o executivo.

Aposta no etanol

A Nuseed Brasil está no mercado brasileiro há mais de 20 anos e é especializada na produção, comercialização, importação e exportação de sementes e soluções para a produção de grãos, pastagens e silagem.

Em 2022, a companhia adquiriu o programa de melhoramento genético de cana VERTIX da GranBio com o objetivo de desenvolvimento de variedades de cana-energia superiores para a produção de biomassa e etanol de segunda geração.

As variedades VERTIX têm como característica a alta produção em ambientes restritivos para a cana-de-açúcar. Nestes ambientes desafiadores, a variedade Vertix 12, lançada em 2023, traz produtividade média 50% superior do que as canas convencionais, o dobro de número de cortes (8 cortes), 30% mais fibra para utilização na cogeração de energia e outras finalidades.

“Desde a aquisição do programa em setembro de 2022, nós dobramos o número de usinas que assinaram contrato de licenciamento de 24 para 48 unidades”, comemora Bendzius.