Cana de Açucar

Agrocana apresenta tecnologias para aumentar a rentabilidade e qualidade da cana-de-açúcar

Produtores e usineiros encontram soluções em máquinas e implementos, produtos e serviços que vão do preparo do solo, cultivo, colheita até o transporte


Publicado em: 03/09/2012 às 07:00hs

Agrocana apresenta tecnologias para aumentar a rentabilidade e qualidade da cana-de-açúcar

O setor canavieiro está investindo cada vez mais na mecanização para aumentar a produtividade e a longevidade da cana na mesma área plantada. Na Agrocana - X Feira de Negócios e Tecnologia da Agricultura da Cana-de-Açúcar, os produtores e usineiros encontram soluções em máquinas e implementos, produtos e serviços que vão do preparo do solo, cultivo, colheita até o transporte.

Entre os lançamentos, a Baldan, fabricante nacional de implementos agrícolas, expôs a distribuidora de cana, modelo CPB 6600, com capacidade de carga de sete toneladas e de plantio de 1 hectare por hora. “O CPB oferece uma uniformidade na distribuição de mudas de cana e é equipado com vários sensores de alta precisão, monitorado pelo usuário da cabine”, diz Fábio Serpa Marques, coordenador de Vendas da linha de produtos canavieiros. A meta da companhia é aumentar em 10% a participação de mercado com este produto.

Tecnologias para o processamento de biomassa foram apresentadas pela Motocana. A empresa importou da Alemanha um equipamento que é aplicado no desenfardamento da palha de cana, separando a terra da palha para gerar energia. Segundo Edenir Tabai, gerente Comercial da empresa, a grande vantagem desse equipamento é a diversidade de aplicação, a exemplo do reaproveitamento de matérias-primas produzidas nos setores florestal e sucateiro.

Além das vendas para o mercado interno, a Bussola, fabricante nacional de peças de reposição para colheitadeiras de cana, está exportando para países do Mercosul, América Latina, Europa, Austrália e África. “Estamos agregando cada vez mais produtos ao nosso portfólio, atualmente composto por cerca de três mil itens”, diz Arlete Canassa Galati, gerente de Comércio Exterior da empresa. “Neste momento, o mercado internacional está abrindo mais oportunidades de negócios, e a expectativa é de que as vendas no mercado interno sejam retomadas no segundo semestre”, afirma a executiva.

Já a Ubyfol, especializada em nutrição de plantio com destaque para micronutrientes, levou para a Agrocana produtos que aumentam a produção da cana por hectare e a quantidade de açúcar produzido (ATR). Na avaliação de Bruno Rossetti Sardinha, engenheiro agrônomo e gerente técnico da empresa, “o mercado está aquecido e atento às novas tecnologias que permitam aumentar a produtividade na mesma área plantada, que pode chegar até 15%”.

A presença de multinacionais nesta edição da Agrocana também foi marcante. Com duas fábricas na Espanha e uma na Argentina, a Raeza aposta no potencial do setor sucroenergético brasileiro. No Nordeste, cerca de 30 mil hectares utilizam o sistema de Alas Móveis da marca, tecnologia que aumenta a produtividade e oferece alta qualidade de irrigação em cana planta, soca e adulta. Em 2013, a empresa passa a produzir no Brasil, com a primeira fábrica instalada em Araras, interior de São Paulo.

GRANDES DEBATES DO SETOR FOCA SOLUÇÕES LOGÍSTICAS

Para especialistas em logística do setor sucroenergético, a intermodalidade é o caminho para garantir o escoamento da produção

Sertãozinho, 31 de agosto de 2012 – No segundo dia dos Grandes Debates do Setor da Fenasucro & Agrocana o tema foi a Logística, um dos gargalos para o desenvolvimento da cadeia de produção sucroenergética e responsável por cerca de 30% dos custos das usinas.

Quais os melhores caminhos para levar os produtos da cana até o cliente? Para responder essa pergunta, estiveram no stand da ÚNICA (União da Indústria de Cana-de-açúcar) Daniel Camargo, gerente da PwC, responsável por projetos de supply chain e logística para usinas de açúcar e etanol; Helder Gosling, diretor Comercial e de Logística do Grupo São Martinho; Daniel Rossi, gerente de Transporte Ferroviário da Rumo Logística; e Ricardo Amadeu da Silva, presidente da Transespecialista Logística e coordenador do Comitê de logística e transporte do Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis (CEISE Br).

“Embora seja a 6ª economia do mundo, o Brasil ocupa o 58º lugar em eficiência logística, conforme indicadores do Fórum Econômico Mundial,” observou Daniel Camargo. “Claro que isso afeta negativamente o setor.” O Programa de Investimento em Logística, recentemente anunciado pelo governo federal, é uma das esperanças de superação do problema. O programa prevê investimentos de 133 bilhões e seu objetivo é aumentar a escala dos investimentos públicos e privados em infraestrutura de transportes, promovendo a integração de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos para reduzir custos e ampliar a capacidade de transporte.

A intermodalidade é de fato o caminho mais acertado, segundo os debatedores. “A ideia é usar o transporte ferroviário para distâncias maiores, deixando as rodovias, hoje tão sobrecarregadas, para pequenas distâncias que levem aos terminais”, considera Daniel Rossi, da Rumo Logística, que atende várias usinas e vem investindo pesadamente em vagões, locomotivas e na malha ferroviária do Estado de São Paulo. Quanto ao modal hidroviário, são usados apenas 30% do potencial brasileiro, em razão da necessidade de investimentos em barragens.

Mas, se o transporte ferroviário de São Paulo vem sendo recuperado, depois de décadas de sucateamento, o cenário do Brasil como um todo é bem mais desalentador. “As rodovias pedagiadas são caras e as não pedagiadas estão em péssima situação. Falta regulamentação, legislação, fiscalização”, disse Ricardo Amadeu da Silva. “Além da atuação do governo, investimentos privados e parcerias público-privadas são o caminho para resolvermos os nossos problemas de infraestrutura”, observou.

Helder Gosling, do Grupo São Martinho, lembrou a importância de aumentar a competitividade na exportação. “Até o ano passado, o maior destino de exportação do açúcar brasileiro era a Rússia, mas a partir deste ano passou a ser a China. Os principais exportadores dessa commodity, depois do Brasil, são a Tailândia e a Índia. Para superarmos a desvantagem geográfica, precisamos reduzir os custos com transporte”, disse.  Rossi e Helder ressaltaram a importância de manter contratos de longo prazo, para não ficar à mercê da variação de preço dos fretes, segundo a flutuação das safras.

Dada sua importância para a competitividade de toda a cadeia, o segmento de logística e transporte passou a ocupar um espaço específico na Fenasucro & Agrocana a partir deste ano.

www.fenasucroeagrocana.com.br

Fonte: 2PRÓ Comunicação

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