Publicado em: 02/12/2024 às 09:00hs
A safra de cana-de-açúcar 2025/2026 no Brasil, uma das maiores do mundo, inicia em meio a um cenário de incertezas climáticas que geram apreensão no mercado. A seca prolongada, chuvas insuficientes e incêndios que afetaram as plantações no Centro-Sul do país, especialmente em São Paulo, apresentam desafios significativos, podendo impactar tanto a qualidade quanto a quantidade de cana disponível para o processamento.
De acordo com o Rabobank, a previsão é de que a safra alcance 580 milhões de toneladas, com o Centro-Sul respondendo pela maior parte da produção. No entanto, o desenvolvimento das lavouras nos próximos meses dependerá fortemente das condições climáticas até o final da estação, colocando os produtores em alerta.
Apesar das adversidades, há expectativas de que a recuperação das chuvas melhore a qualidade da cana nas semanas seguintes. Contudo, a dinâmica da safra continua a apresentar desafios, particularmente em relação à concentração de sacarose na planta, fator fundamental para a produção de açúcar e etanol. A seca prolongada tem prejudicado o acúmulo de sacarose, resultando na redução dos Açúcares Totais Recuperáveis (ATR), um indicador crucial para a indústria sucroalcooleira.
Em resposta a esses desafios climáticos, os agricultores têm adotado cada vez mais tecnologias de manejo e inovações no campo. Práticas como a irrigação e o uso de maturadores químicos têm se mostrado essenciais para otimizar o potencial das lavouras, mesmo em condições adversas.
Iuri Cosin, engenheiro agrônomo e gerente de Marketing Regional da IHARA, ressalta a importância de maturadores como o RIPER, que têm se tornado uma ferramenta essencial para garantir maior produtividade e qualidade, mesmo em condições climáticas desfavoráveis. “A aplicação dessa tecnologia, realizada em diferentes momentos da safra, pode incrementar de 6% a 8% no teor de ATR, o que resulta em um retorno financeiro considerável, de até seis vezes o valor investido”, afirma Cosin.
O RIPER é um maturador sistêmico da IHARA que apresenta características de rápida resposta e flexibilidade na aplicação, podendo ser utilizado em qualquer fase da safra, desde o início até o final, com uma janela de aplicação de 15 a 45 dias antes da colheita. Sua função é reduzir o crescimento vegetativo da planta, acelerando o processo de maturação e aumentando a concentração de sacarose, essencial para a rentabilidade do setor. Essa tecnologia se torna ainda mais relevante em anos de seca, quando as condições naturais de maturação não são ideais.
Os desafios climáticos também têm levado à revisão das estratégias de produção, com uma crescente tendência de priorização da produção de açúcar em relação ao etanol, conhecida como maximização do mix para açúcar. Especialistas do setor apontam que a produção de açúcar deve representar cerca de 52% da cana processada na safra 2025/2026, impulsionada pela alta demanda global por adoçantes e pelo recente investimento das usinas em capacidades de cristalização.
Apesar das adversidades climáticas, o Brasil segue sendo o maior produtor e exportador mundial de açúcar. A expectativa é que, com o suporte de inovações tecnológicas e práticas agrícolas eficientes, o país mantenha sua liderança no mercado global de açúcar e etanol, respondendo de forma robusta à crescente demanda internacional.
"Embora a safra de cana 2025/2026 no Brasil enfrente desafios significativos, as estratégias de manejo adotadas pelos canavicultores podem representar uma oportunidade de mitigar esses impactos e transformar as dificuldades em ganhos de produtividade e rentabilidade", destaca Iuri Cosin, gerente de Marketing Regional da IHARA.
Com foco na maximização da produção de açúcar e o apoio de tecnologias como maturadores e sistemas de irrigação, a indústria sucroalcooleira brasileira deve continuar consolidando sua posição de liderança no mercado global, mesmo diante dos desafios climáticos.
Fonte: Portal do Agronegócio
◄ Leia outras notícias