Cana de Açucar

2020: mais cana na matriz energética depende de investimentos no setor

Um aumento na participação de derivados de cana na matriz energética nacional na próxima década dos atuais 17,7% para 21,8%, conforme projeção do Ministério de Minas e Energia (MME), vai depender de investimentos significativos no setor sucroenergético, principalmente na construção de novas usinas e em tecnologias que aumentem a produtividade dos canaviais


Publicado em: 16/03/2012 às 11:40hs

2020: mais cana na matriz energética depende de investimentos no setor

Esta é a opinião do consultor de Emissões e Tecnologia da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Alfred Szwarc, sobre um dos aspectos do Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE 2020), divulgado em 2011.

“Apenas a sinergia entre várias ações poderá assegurar à cana uma posição sustentável em 2020. Investimentos em novas unidades produtoras, inovação tecnológica, redução de custos e uma crescente profissionalização do setor são ações que deverão ocorrer de forma simultânea. Só assim haverá uma maior oferta de cana e de seus produtos derivados,” afirma o executivo da UNICA.

As projeções que indicam o aumento do uso do etanol e da bioeletricidade nos próximos oito anos foram reafirmadas pelo secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do MME, Altino Ventura Filho, durante participação no congresso de geração de energia EnerGen LatAm 2012, realizado no dia 30/01 no Rio de Janeiro (RJ).

Ventura enfatizou os dados publicados no PDE 2020, elaborado e em junho de 2011 pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE). No documento, os dois derivados da cana e o gás natural - que subirá de 10,3% para 14,4% - serão as únicas fontes de energia a aumentarem suas participações na matriz energética brasileira na próxima década.

Outro destaque está na redução da participação de duas fontes muito utilizadas no Brasil: o petróleo e a hidroeletricidade. Os recursos fósseis cairão de 36,9% para 30,4% na matriz energética nacional, mesmo com a exploração da camada pré-sal, cujo conteúdo deverá ser exportado, segundo o MME. Já a hidroeletricidade, que hoje ocupa 14,1%, deverá ter o percentual reduzido para 12,5%, deixando de ser a terceira fonte energética do País, que passará a ter o gás natural nesta posição.

Na opinião do especialista em Emissões e Tecnologia da UNICA, estas perspectivas não vão alterar a condição do Brasil como uma das nações que mais utilizam energias renováveis em todo o mundo. Atualmente, elas representam 45,5% de todas as fontes energéticas utilizadas no País, informa o último Balanço Energético Nacional (BEN 2011).

2020 e além


Os desafios para que os canaviais consigam suprir a crescente demanda por etanol nos próximos anos foram tema da plenária “2020 e além: O futuro do setor sucroenergético” no Ethanol Summit, realizado em junho do ano passado, em São Paulo (SP). O vídeo está disponível para consulta no canal do Ethanol Summit 2011 no YouTube.

Na ocasião, presidentes de seis grandes grupos produtores (LDC-SEV, São Martinho, Cosan, ETH, Guarani e Renuka), cujas empresas representam 25% de toda a produção sucroenergética no Brasil, debateram questões ligadas à logística de produção e transporte do biocombustível derivado da cana. E o consenso foi de que há um longo caminho a percorrer.

Projeções da UNICA indicam que em 2020, para abastecer 45% da frota de veículos leves que estarão em circulação no Brasil, serão necessários 50 bilhões de litros do combustível renovável. Para atender 60%, a produção terá de subir para 70 bilhões de litros.

Fonte: UNICA - União da Indústria de Cana-de-açúcar

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