Publicado em: 27/09/2024 às 18:20hs
O mês de setembro foi marcado por aumentos históricos nos preços do café nas bolsas internacionais de Nova York e Londres, impulsionados principalmente pela prolongada seca que afeta as regiões cafeeiras do Brasil. A falta de chuvas e as altas temperaturas coincidem com o período crucial de floradas, que determinarão o desempenho da safra de 2025 no maior produtor de café do mundo.
Na Bolsa de Londres, os preços do café robusta atingiram os níveis mais elevados em 16 anos, desde o início dos contratos no formato atual, em 2008. A oferta limitada no Vietnã, maior produtor global de robusta, também contribuiu para o cenário de apreensão. Com o início da colheita da safra 2025/26 em outubro, há preocupações quanto ao impacto do clima seco sobre a produção. No Brasil, o conilon, variedade robusta, registrou uma safra abaixo do esperado em 2024, e as incertezas quanto à safra de 2025 também pressionam o mercado.
Já na Bolsa de Nova York, o contrato para o café arábica com vencimento em dezembro alcançou 275,05 centavos de dólar por libra-peso no dia 26 de setembro, o nível mais alto em 13 anos. O mercado reflete a grave situação hídrica nas principais regiões produtoras brasileiras. A falta de chuvas tem prejudicado o desenvolvimento das floradas, fundamentais para a formação da safra de 2025. Mesmo que as chuvas retornem em outubro, especialistas já falam em perdas irreversíveis devido à seca prolongada, o que gerou uma elevação significativa das cotações.
O mercado aguarda a regularização das chuvas, o que poderia levar a uma acomodação nos preços. No entanto, o impacto do fenômeno climático La Niña e suas possíveis implicações para as regiões produtoras de café ao redor do mundo devem continuar a influenciar o mercado. Além disso, as flutuações do dólar e das taxas de juros nos Estados Unidos também têm afetado o comportamento do mercado de café.
Até o dia 26 de setembro, o contrato de dezembro em Nova York acumulou alta de 12,2%, fechando a 273,90 centavos por libra-peso. Em Londres, o contrato de novembro para o robusta registrou valorização de 11,7%.
No Brasil, o mercado físico também apresentou avanços, embora em ritmo mais moderado em comparação com as bolsas internacionais. A queda de 3,3% no dólar comercial durante o mês limitou o impacto positivo das altas nas bolsas. Vendedores brasileiros se mantiveram cautelosos, aparecendo mais em momentos de alta nas cotações, enquanto os compradores aguardam a chegada das chuvas, na esperança de preços mais baixos.
Em termos de preços internos, o café arábica bebida boa no sul de Minas Gerais subiu de R$ 1.420,00 para R$ 1.510,00 por saca, representando um aumento de 6,3%. O conilon tipo 7, em Vitória, Espírito Santo, teve um incremento de 4,4%, passando de R$ 1.470,00 para R$ 1.535,00 por saca. Esta foi apenas a segunda vez na história que o conilon apresentou cotações superiores ao arábica de bebida boa.
Fonte: Portal do Agronegócio
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