Café

Santo Antônio da Platina : Café é boa alternativa para pequenos produtores

Pequenos produtores de Santo Antônio da Platina, com a orientação da Emater, estão investindo na diversificando das atividade em suas propriedades plantando café no sistema adensado


Publicado em: 27/04/2012 às 16:40hs

Santo Antônio da Platina : Café é boa alternativa para pequenos produtores

A tecnologia adotada tem a vantagem de melhorar a produtividade e reduzir os custos de produção em relação ao cultivo tradicional, isto porque as plantas podem explorar melhor os nutrientes existentes no solo e o agricultor vai gastar menos com mão de obra. Existe a redução das capinas e roçadas, por exemplo

Morador do bairro dos Corsini, João Lourenço Souza foi um dos produtores que há cerca de dez anos trocou o cultivo do café tradicional pelo sistema adensado. “Minha família sempre cultivou café, é uma tradição para nós. Mas, me lembro que antigamente dava muito trabalho, era muito sacrifício para tocar a lavoura. Hoje, eu e minha esposa damos conta de tudo. Também conseguimos vender o produto por um preço muito melhor”, conta.

João Lourenço cultiva atualmente oito hectares de café e colheu, no ano passado, 42 sacas beneficiadas por hectare. O cafeicultor relata que quando vendia o grão em coco, sem o beneficiamento, o preço da saca não passava de R$ 50,00 e agora a saca do café beneficiado chega a ser negociada por até R$ 500,00, devido à qualidade dos grãos. “Nosso ganho, dobrou. Meu café sai limpo da propriedade e já sabemos a qualidade que tem, porque foi classificado e degustado no laboratório da Emater. Sei o preço antes mesmo de vender. Hoje, meu café têm valor”, relata. No ano passado, o agricultor ficou em segundo lugar na fase regional do Concurso Café Qualidade Paraná, na categoria cereja descascado.

O sistema de plantio adensado foi introduzido na região em 1.992, baseado no modelo tecnológico preconizado pelo Iapar e repassado para os cafeicultores através da Emater, cooperativas e empresas de planejamento.

O café adensado consiste no plantio de mudas com espaçamento menor que o tradicional, o que leva a uma maior produtividade em um menor espaço, característica que beneficia principalmente o pequeno produtor. Além da tecnologia do adensamento, o projeto visa ainda a melhoria da qualidade, diminuição dos custos

de produção, aumento da produtividade, organização dos produtores e da produção e certificação para a busca de mercado consumidor diferenciado, que pague pela qualidade do produto. Com isto, os cafeicultores irão conseguir sustentabilidade social, ambiental e econômica.

A produtividade média no município era de oito sacas de 60 quilos em um hectare e na última safra chegou a média de 26 sacas. Através do trabalho incansável dos cafeicultores, com assessoria técnica da Emater e parceiros, traçamos uma meta de chegar a 40 sacas por hectare em 2015, melhorando a qualidade do produto para bebida dura para melhor em pelo menos 80% da produção. Atualmente, 60 % dos 1,8 mil hectares de café plantados em Santo Antônio da Platina são no sistema adensado. Temos 205 agricultores que produzem o café adensado e tradicional com assistência da Emater e destes pelos menos 10% iniciaram o trabalho visando a produção de cafés especiais, para se integrarem à Acenpp e Cocenpp.

MECANIZAÇÃO E DIVERSIFICAÇÃO - Em setembro do ano passado, a prefeitura de Santo Antônio da Platina em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário, através do Território da Cidadania, entregou uma máquina ambulante de beneficiamento de café, destinada aos Cafeicultores que fazem parte do projeto, abrangendo os municípios de Santo Antônio da Platina, Jacarezinho e Ribeirão Claro. A máquina com capacidade para

beneficiamento de até 20 sacas de café por hora, promove uma agregação de valor ao produto no momento de comercialização. Além disso sobra a palha que pode ser devolvida ao solo, contribuindo para nutrição do cafeeiro.

O casal Humberto Assolari e Rosa Negretti Assolari moram em uma propriedade de cinco hectares no distrito Monte Real e há 23 anos trabalham com 4 estufas no cultivo de tomate. Há três anos ingressaram no projeto de café adensado plantando um hectare. A produtividade média do sítio é de 35 sacas de café beneficiado por hectare. “O café nos proporciona uma renda extra no ano, sem ocupar muito espaço. Conseguimos comprar um carro e o dinheiro do café também nos ajuda a investir nas estufas”, conta.

A esposa do Humberto relata que a decisão do plantio de café foi tomada devido à necessidade da diversificação na propriedade, que é pequena, e ainda pela estabilidade que o cultivo proporciona. “O tomate ainda é nossa maior fonte de renda, mas dá trabalho todos os dias. O café pode ser tocado pela família sem atrapalhar a lida na estufa, nos dando um lucro a mais no ano”, afirma.

Fonte: Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural - EMATER

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