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Rondônia: Café robusta cumpre normas antidesmatamento da união europeia

Embrapa indica baixo índice de desmatamento em área produtora


Publicado em: 23/04/2024 às 18:20hs

Rondônia: Café robusta cumpre normas antidesmatamento da união europeia
Foto: Fernando Wagner Malavazi

O café robusta produzido em Rondônia, a principal região cafeeira da Amazônia, está em conformidade com as novas regras antidesmatamento da União Europeia. Um estudo divulgado nesta terça-feira pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) revelou que apenas 0,57% da área de cultivo foi desmatada após 2020, uma fração ínfima do total da região, que compreende 4,2 milhões de hectares.

De acordo com a pesquisa, mais da metade da área das Matas de Rondônia é composta por florestas nativas, abrigando várias reservas indígenas. O café é cultivado em 34,4 mil hectares, representando apenas 0,8% do total da região. O pesquisador da Embrapa Rondônia, Enrique Alves, um dos autores do estudo, enfatizou a precisão dos dados obtidos por meio de imagens de satélite, o que permite rastrear com exatidão as áreas de desmatamento recente. Isso garante aos compradores europeus a certeza de que o café produzido na região não provém de áreas desflorestadas após 2020.

Os pesquisadores Enrique Alves, Carlos Ronquim e Nívia Rocha compararam dados de 2020 e 2023, identificando apenas 194,8 hectares de desmatamento recente. "A legislação europeia considera como referência 31 de dezembro de 2020, e o estudo demonstra que a principal região cafeeira de Rondônia está em conformidade com essa norma", explica Alves. Dessa forma, compradores e cafeterias podem adquirir o café rondoniense com tranquilidade, sabendo que ele atende aos critérios antidesmatamento.

O café robusta de Rondônia é conhecido pela alta produtividade. Com uma média de 50 sacas por hectare, o estado é o mais produtivo entre os estados brasileiros produtores de café, segundo dados da Conab. A produção total do estado é estimada em 3,2 milhões de sacas de 60 kg para a safra atual, com a região das Matas de Rondônia contribuindo com mais da metade desse total.

Além de atender às normas ambientais, a cafeicultura de Rondônia busca melhorar a qualidade de seus grãos, especialmente os cultivados nas Matas de Rondônia, que desde 2021 têm indicação geográfica (IG) do tipo denominação de origem (DO) para café canéfora (conilon e robusta). Essa distinção pode impulsionar as exportações para o mercado externo, ampliando as oportunidades para os produtores locais.

Para o futuro, a Embrapa vê grande potencial de crescimento para a cafeicultura em Rondônia, uma vez que existem quase 2 milhões de hectares de pastagens abertas em um passado distante que poderiam ser convertidas em cafezais sem desrespeitar a legislação ambiental. O pesquisador Enrique Alves destaca que se a cafeicultura avançasse sobre 25% dessas pastagens degradadas, a produção de café na região poderia superar 26 milhões de sacas, aproximando-se do nível de produção do Vietnã, maior produtor global de café robusta. Com preços do robusta em máximas de 16 anos devido à menor oferta no Vietnã, essa perspectiva de crescimento é especialmente promissora para os produtores de Rondônia.

Fonte: Portal do Agronegócio

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