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Qualidade do Café Brasileiro é destaque no The Wall Street Journal

Visto como um produto de enorme potencial para o mercado de novas marcas, o café brasileiro está quente


Publicado em: 16/02/2012 às 09:50hs

Qualidade do Café Brasileiro é destaque no The Wall Street Journal

Um olhar sobre seus doces encantos

James Freeman, proprietário de um torrador em Oakland na Califórnia, da cadeia Coffee Company Blue Bottle, acabou de voltar de uma “farra de compras” de café no Brasil. Ele visitou uma fazenda de café de gestão familiar e comprou grãos que ele chamou de "aveludados", "belos" e "voluptuosos". Em breve, ele começará a vender o café cerca de US$ 20 por libra (1libra = 453g), o mesmo preço dos melhores grãos etíopes.

Entusiásticos torrefadores como o Sr. Freeman representaram uma reviravolta dramática para o café brasileiro, que até recentemente era considerada a “batata de Idaho” do café no mundo - uma cultura sem muita classificação, merecedora de pouco mais que um café instantâneo. Apesar de toneladas de café serem sempre importadas do Brasil - é o maior exportador do mundo, produzindo cerca de um terço mundial do grão - só recentemente a sua reputação foi alterada do título de provedor de misturas de sabor maçante do mercado. "Era consenso que o café brasileiro era apenas lixo", disse Danny O'Neill, fundador da Roasterie, um torrador de cafés especiais em Kansas City, Missouri.

Um número crescente de torrefadoras e lojas de cafés especiais estão destacando a natureza doce, agradável e encorpado de grãos brasileiros. Eles estão procurando os melhores grãos do país e, cuidadosamente tostando-os para preservar suas finas nuances. Muitos cafés brasileiros crescem em baixas altitudes e por isto eles tendem a ser menos densos do que aqueles altas altitudes, o que significa que muitas vezes não são bons quando bem torrados ao estilo que se tornou popular em lugares como Starbucks e Peet. Em vez disso, eles exigem uma torra clara e devem ser servidos de forma simples.

Cafés brasileiros variam por região e fazenda, mas eles são geralmente marcados por baixa acidez, o que permite surgir a sua doçura natural. Por esta razão, eles são especialmente populares em misturas de café expresso.

"Quando você extrai sob pressão, ele acentua ou doçura ou acidez, e você não quer um café espresso muito ácido. Você quer que a doçura seja acentuada", disse Allen Leibowitz, sócio-gerente da Companhia Zingerman’s Coffee, que vende três tipos de grão brasileiro. Mas nem todo café brasileiro precisa ser servido como espresso, disse Leibowitz com um olhar poético sobre uma outra variedade, Peaberry, que tem "sabor de caramelo e com um pequeno toque de amendoim", disse ele.

"A Specialty Coffee, nunca considerou o Brasil antes dos anos 70, pois sua produção era baixa. Normalmente cafés finos e de qualidade crescem acima de 4.000 pés de altitude, e no Brasil crescem com menos, de 3.000 a 4.000 pés", disse George Howell, um torrador com histórico na indústria de cafés especiais. Howell foi responsável pela mudança na reputação do café brasileiro, quando ele começou a julgar o concurso Cup of Excellence a partir de 1999. Cerca de 40 agricultores brasileiros levaram amostras de seus grãos diante de um painel de juízes que selecionaram os 10 melhores e colocaram-nos em leilão na Internet. "Foi uma espécie de Julgamento de Paris", disse O'Neill, fazendo referência a 1976: teste do sabor de vinhos da Califórnia na França, que ajudaram a colocar a indústria de vinho americana no mapa.

Dois meses atrás, Illycaffè, uma empresa com sede na Itália com grande vendas internacionais, lançou MonoArabica Brasil, uma mistura de cafés exclusivamente da região do Cerrado Mineiro.

Marcos Romano, um diretor da empresa, disse que a mistura "tem um alto corpo, de sensação intensa na boca, notas de chocolate amargo, aroma intenso e leve doçura." Os atributos sensoriais descritos captam o entusiasmo dos especialistas sobre o café brasileiro.

tradução: Margareth Pederneiras/Comunidade Manejo da Lavoura Cafeeira-Café WebTV

Fonte: Revista Cafeicultura

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