As exportações de café de Honduras na temporada 2024/25 devem registrar um aumento de 14,5% em relação ao período anterior, totalizando 5,37 milhões de sacas de 60 kg. Essa informação foi divulgada por líderes do setor na última terça-feira, apesar das preocupações de que os embarques possam ser afetados por uma nova regulamentação da União Europeia (UE), que entrará em vigor no final deste ano.

Segundo Pedro Mendoza, chefe da organização de café de Honduras, IHCAFE, o crescimento nas exportações é impulsionado pela melhora na produção, com o início da colheita da nova safra. "As fazendas estão melhores, os agricultores cuidaram mais delas neste ano", destacou Mendoza em entrevista.

Entretanto, o dirigente alertou para uma exigência da UE, que obriga que os grãos importados provenham de áreas não associadas ao desmatamento. Essa regra poderá proibir a venda de café, bem como de cacau, soja, óleo de palma, madeira, borracha e gado, caso as empresas não consigam comprovar que os produtos vêm de regiões onde as florestas não foram desmatadas nos últimos anos.

Mendoza ressaltou que a maior parte da safra de café de Honduras é cultivada sob árvores na sombra, um método tradicional que resulta em grãos de maior qualidade. No entanto, os agricultores ainda não possuem a documentação necessária para exportar para a UE quando a regulamentação entrar em vigor, o que gerou preocupação. "Estamos preocupados. A Europa é o destino de cerca de 55% das nossas exportações", afirmou.

Além disso, Mendoza mencionou que os produtores hondurenhos estão solicitando uma extensão do prazo, semelhante à proposta feita pela Organização Internacional do Café e pela Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) no mês passado. A CELAC pediu à UE que encontre uma maneira de prevenir o desmatamento, considerando, ao mesmo tempo, a realidade local.