Ele explicou que as principais causas dessa crise são a falta de uma comercialização do produto e o desenvolvimento empresarial, além da insuficiente consolidação das organizações cafeeiras, assim como as oscilações do mercado internacional do produto.

O dirigente denunciou que ante a magnitude do problema, muitos produtores mudam para outras formas de cultura mais rentáveis, porém, menos sustentáveis, com o óbvio prejuízo para a deterioração ambiental. "É muito lamentável que, apesar de que a cafeicultura, por anos, ter sido parte da vida dos municípios da região e ter deixado muito lucro, agora tão poucos se dediquem a elas. As famílias, sobretudo as novas gerações, não querem seguir essa prática, devido aos lucros exíguos", disso.

Ante esse panorama, apontou, se formou a Rede Intersetorial para o Desenvolvimento do Café, também conhecida como Café em Rede, que é uma aliança estratégica entre instituições acadêmicas e consultoria, produtores e empresários. Seu objetivo é potencializar as atividades colaborativas que conduzem ao desenvolvimento de uma cafeicultura sustentável sob um modelo de pesquisa, desenvolvimento e inovação.

Martínez explicou que atualmente a rede trabalha em diferentes regiões cafeeiras com produtores do centro do Estado de Veracruz, que vão desde Atzatlan até Zongolica, através de seis diferentes linhas de ação e pesquisa. Uma delas, por exemplo, seria a integração das cadeias produtivas de café, a cargo do Centro Agroecológico do Café. "Essa estratégia busca que os produtores trabalhem organizados, de maneira corporativa, produzam café de qualidade, aprendam a conhecer o seu produto e busquem vendê-lo com argumentos de qualidade", justificou.

"Os trabalhos de integração produtiva conta com a coordenação com as organizações de produtores, tanto regionais como locais. Entre as organizações participantes se encontram conselhos estatais, entidades de trabalhadores, entre outros", complementou.