Publicado em: 16/09/2013 às 15:00hs
Os efeitos da estiagem que atingiu o início da safra cafeeira e a geada que afetou o final do ciclo reduziram em 4% a estimativa de produção da safra 2013, em comparação ao primeiro levantamento realizado pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab). Mesmo assim, o Estado pode chegar a produzir, no atual ciclo, 1,72 milhão de sacas, a uma produtividade estimada em 25 sacas por hectare, número considerado positivo depois dos estragos causados pelas intempéries.
Paulo Franzini, especialista em café da Seab, explica que a produção neste ano poderia ter sido maior, não fossem as intempéries. Mesmo assim a safra surpreendeu. Em 2011, também ano de baixa bienalidade, a produção paranaense foi de 1,8 milhão de sacas. Faltando apenas 15 dias para o encerramento da colheita, Franzini completa que mesmo com a redução na produção, não deverá haver desabastecimento no mercado.
Clima
De acordo com um levantamento prévio realizado pelo Deral, 83% da área cultivada com café no Paraná foi atingida pela geada, variando o grau de danos dependendo da região. Ainda segundo dados da entidade, o Estado deverá erradicar cerca de 20% de sua área plantada devido à geada, o que corresponde a 16 mil hectares. Com isso, a produção para 2014, que tinha um potencial para 1,54 milhões de sacas, deverá registrar uma perda de 62%.
De acordo com o último levantamento elaborado por Franzini, as condições climáticas foram favoráveis até o mês de maio, mas o alto índice de chuva prejudicou os trabalhos de colheita a partir de junho, comprometendo principalmente a obtenção de uma produção de qualidade. Segundo ele, cerca de 40% do café caiu no chão, dificultando o trabalho de retirada da lavoura, o que também contribuiu para reduzir a previsão da safra atual.
Yassumassa Asami, produtor de café gourmet na região de Marialva, Norte do Paraná, está desanimado com a atividade. Além de ter perdido boa parte dos seus oito hectares de café com a seca e a geada, ele destaca que os custos de produção estão muito altos e o valor pago ao produtor muito baixo. De acordo com dados da Seab, em maio, o custo de produção variável no sistema tradicional fechou em R$ 371,38, enquanto o preço pago ao produtor ficou em 274,44 a saca. Em julho, o valor recebido ao produtor caiu para R$ 263,51.
O Paraná possui hoje 82,3 mil hectares de área plantada com café, com um parque cafeeiro de 266,1 mil covas. Em produção, soma-se 65,63 mil hectares e em formação 16,67 mil hectares.
Brasil
Na reta final da colheita do café nas principais regiões produtoras do País, a previsão de safra é relativamente positiva para o período de baixa bienalidade da cultura. A terceira estimativa de produção da Companhia Nacional do Abastecimento (Conab) aponta uma colheita nacional de 47,54 milhões de sacas de café beneficiado das variedades arábica e robusta. Na temporada passada, o Brasil chegou a colher 50,83 milhões de sacas, 6,46% a mais se comparado ao atual ciclo.
Semente a produção de café arábica, se comparada à safra passada, registrou queda de 4,37%, somando 36,66 milhões de sacas. Hoje, a variedade corresponde a 77,12% do volume de café produzido em todo o País. Mas se comparada a 2011, último ano de baixa bienalidade, a produção no atual ciclo será maior. Naquele período, segundo dados da Conab, o Brasil chegou a produzir apenas 32,18 milhões de sacas de café arábica beneficiadas.
Em área, o Brasil destinou para este ano um total de 2,31 milhões de hectares para o cultivo do grão, 0,7% menor em comparação ao ciclo anterior, o que corresponde a uma redução em área de um pouco mais de 17 mil hectares.
Fonte: Folha Web
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