Publicado em: 15/03/2013 às 09:50hs
A produção mundial de café pode diminuir, pois a queda dos preços do arábica deve incentivar produtores a migrar para commodities mais lucrativas ou vender suas terras para empreendimentos imobiliários, projetou o diretor executivo da Organização Internacional do Café (OIC), Roberio Oliveira Silva, nesta quinta-feira (14/3). "Tudo representa competição para o café no momento", afirmou.
A oferta ampla de café arábica tem empurrado o prêmio do arábica ante o robusta, variedade mais barata. Em 7 de fevereiro, a diferença de preço entre os futuros de arábica e robusta atingiu o seu ponto mais estreito desde abril de 2009, em 45,54 centavos de dólar por libra-peso. O arábica é negociado na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), enquanto o robusta é cotado na Bolsa de Londres (Euronext Liffe).
O preço baixo atual do arábica significa que agricultores podem ser facilmente atraídos por culturas mais rentáveis, disse Silva. "A safra recorde de 50,8 milhões de sacas do Brasil em 2012/2013, aliada à colheita de 2013/2014, estão pesando sobre o mercado. A demanda fraca em tradicionais mercados consumidores de café, que crescem em torno de 1% ao ano, também contribui para o sentimento baixista generalizado", de acordo com o executivo.
No Brasil, culturas como laranjas e cana-de-açúcar competem com o café. Na África, o mercado imobiliário é o maior concorrente por área, conforme Silva. "Os governos precisam fazer mais para ajudar cafeicultores, e incentivos financeiros devem ficar intactos para os produtores continuarem produzindo café", acrescentou.
Fonte: Estadão Conteúdo
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